O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quarta-feira, 29, uma quarentena maior para ex-juízes e ex-promotores possam disputar eleições. Mais cedo, a medida foi também defendida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, em sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Acho que presidente Toffoli está correto. Essa matéria está amadurecida e está muito perto de chegar em um ponto. As carreiras de Estado não podem ser usadas como trampolim pessoal. Essa transição entre a carreira de estado e as eleições precisa ter um prazo”, afirmou Maia, em coletiva à imprensa na Câmara.
Para o congressista, o prazo de oito anos, defendido por Toffoli, é longo e equivale a duas legislaturas. Segundo Maia, a proposta já estava sendo discutida na Câmara dos Deputados, mas teve sua análise adiada em virtude da pandemia de covid-19.
“O presidente Toffoli conhece o Judiciário e propôs oito anos. É um prazo alto para que uma decisão judicial não influencie o processo eleitoral, mas não discuto o prazo. O Parlamento deve ouvir e decidir se oito, seis ou quatro anos”, pontuou. Na avaliação de Maia, o projeto de lei deve ser analisado ainda neste ano e pode estar em vigor para as eleições federais, em 2022.
Em sessão do CNJ nesta quarta-feira, o ministro Dias Toffoli defendeu que os parlamentares aprovem mudanças na Lei de Inelegibilidades (LC 64/1990) como forma de evitar a utilização da magistratura para “aparecer para a opinião pública e depois “se fazer candidato”. Atualmente, a lei determina que juízes e promotores se afastem do cargo pelo menos seis meses antes de se candidatarem a cargos públicos.
Novos impostos
Rodrigo Maia afirmou ainda que é necessário retomar a discussão sobre os custos do Estado brasileiro. Para ele, antes de aumentar as receitas com novos impostos, é preciso construir um estado mais moderno e eficiente.
“A sociedade não aceita mais pagar por um Estado. Pedir mais esforço agora é muito difícil”, disse Maia. “A nossa situação é muito grave. Temos duas grandes âncoras para o investidor para o futuro: Meio ambiente e fiscal. O teto de gasto é a fiscal. Se não olhar para a despesa pública vamos chegar num estrangulamento do gasto público. Se não discutir de onde vem esse dinheiro, a sociedade não vai aceitar novos impostos”, completou.