Lula volta a Brasília nesta semana para destravar PEC e reforçar transição
Presidente eleito ficou afastado da capital nas últimas semanas devido a viagem a Egito e Portugal e a cirurgia na laringe, em São Paulo
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, desembarca em Brasília no começo desta semana para desembaraçar algumas prioridades do começo de sua gestão, que se iniciará em janeiro, e temas centrais da transição de governo, em curso desde o início do mês.
O petista ficou afastado da capital na última semana, período em que se recuperou de uma cirurgia na laringe para retirada de lesões nas cordas vocais, realizada no último dia 20 no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Lula está recuperado da operação. Antes, ele havia se ausentado da transição para viajar à COP27, no Egito, e a Portugal.
Em sua nova passagem por Brasília, Lula deve conversar com lideranças partidárias e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobretudo a respeito da tramitação da PEC da Transição, medida para abrir espaço fiscal que garanta o pagamento do Bolsa Família. Ainda não há consenso a respeito do texto e o ponto que mais demanda pacificação é o período durante o qual o benefício ficará de fora do teto de gastos. As possibilidades tratadas são de um, dois ou quatro anos.
Além de Lula reforçar e reorganizar a articulação política da transição, coordenada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), aliados do petista esperam que se avance em alguns pontos no desenho dos ministérios, principalmente quanto à equipe econômica. Nos últimos dias, o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ganhou força para assumir o Ministério da Fazenda, enquanto Persio Arida vem sendo cogitado ao Planejamento – o que ele refuta, por ora.
Outra frente que deve ganhar a atenção do presidente eleito em sua passagem por Brasília é a definição das equipes de transição em áreas estratégicas e sensíveis, como Defesa, Inteligência Estratégica e Centro de Governo. Com a presença de Lula, há expectativa de que os nomes que integrarão os grupos sejam anunciados no começo da semana.
A equipe que ficará responsável pelos assuntos de Defesa é tratada com cuidado por ser a responsável pela interlocução com as Forças Armadas, das quais o atual presidente, Jair Bolsonaro, se aproximou durante o mandato. Um dos nomes que trabalham na articulação desse ponto é o senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-ministro da Defesa, que tem bom trânsito entre os militares.
Segundo informou, na última sexta-feira, 25, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o presidente eleito ficará na capital entre a segunda 28 e a sexta 2.