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Lula ataca ação policial na casa de seu filho: ‘delegado mentiu’

Em ato com petistas e aliados do partido, ex-presidente se disse perseguido pela Justiça e desafiou investigadores a reunirem provas contra ele

Por Da redação
Atualizado em 17 out 2017, 11h54 - Publicado em 16 out 2017, 22h40
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  • O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou pela primeira vez, nesta segunda-feira, a respeito da busca da Polícia Civil na casa de seu filho Marcos Cláudio Lula da Silva, em Paulínia (SP), na região de Campinas (SP), na semana passada. Diante da desastrada ação da policial, que partiu de uma denúncia anônima e terminou com o afastamento do delegado Rodrigo Luís Galazzo, Lula reforçou o discurso de que é perseguido pela Justiça.

    “Invadiram a casa do meu filho lá em Campinas, vocês viram. O delegado mentiu. O delegado disse que na casa do meu filho tinha muita arma pesada e muita droga. Ele mentiu. A juíza deu autorização pra ele entrar na casa do meu filho. Ele não encontrou nada, não encontrou nada, e não teve a coragem de pedir desculpa. Não teve a coragem. Até quando eles vão me perseguir?”, afirmou o petista em um ato com militantes do PT, centrais sindicais e movimentos sociais aliados ao partido, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

    A busca na casa de Marcos Cláudio procurava “drogas e armamento pesado”, informação que havia chegado a Galazzo por meio do Disque-Denúncia e não foi devidamente checada por ele. Mesmo sem nada encontrar na casa do filho do ex-presidente, o delegado e sua equipe levaram dois computadores, CDs, DVDs e pen drives que encontraram na casa — e ainda foram a um segundo endereço, onde também não acharam nada.

    No dia seguinte, a juíza que autorizou a busca e apreensão, Marta Pistelli, determinou que todos os objetos fossem devolvidos e se disse “enganada” pelos policiais. Afirmou que o pedido de busca não identificava o morador da residência e que autorizara que a polícia visitasse apenas um local, e não dois. Diante da manifestação da juíza, Rodrigo Galazzo foi afastado do cargo pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa.  Ele responderá a um procedimento administrativo.

    Alvo de seis ações penais na Justiça Federal e de três denúncias do Ministério Público Federal ainda não analisadas, Lula também citou as investigações da Lava Jato e disse que “desafia” os procuradores a encontrarem provas contra ele.

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    “O que eu quero é prova. Eles estão há três anos investigando a minha vida. Já encontraram dinheiro do Aécio, já encontraram dinheiro do Serra, já encontraram dinheiro do Geddel, já encontraram dinheiro do Temer, eu quero ver se eles encontram dinheiro. Eles foram na minha casa, invadiram a minha casa, invadiram a casa dos meus filhos. E todos eles com máquina fotográfica no peito, levantaram o colchão que eu durmo, achando que tinha dólar, que tinha ouro e que tinha joia. Se eles não encontraram nada, eles deveriam ter tido a humildade de pedir desculpas ao Lula”, declarou o ex-presidente.

    ‘Ração’ de Doria para os pobres

    Lula também criticou em seu discurso em Ferraz de Vasconcelos o programa Alimento Para Todos, da Prefeitura de São Paulo, que distribuirá alimentos granulados, processados a partir de produtos próximos ao vencimento, para combater a subnutrição da população de menor poder aquisitivo. Espécie de “ração humana”, o produto idealizado pela gestão do prefeito João Doria (PSDB) foi criticado por entidades de nutrição, como o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região.

    “O prefeito de são Paulo na semana passada resolveu que o povo pobre tem que comer ração”, atacou o petista. “Sinceramente, eu já vi muita coisa nesse país, mas um representante da elite brasileira pegar resto de comida de restaurante, mandar fazer uma raçãozinha que nem ração que se dá pra cachorro e achar que o pobre tem que comer aquilo, é não respeitar as pessoas humildes desse país”, completou o ex-presidente.

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