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Lava Jato suspeita de negócios entre BTG e filhos de Bumlai

Procurador-geral da República considerou as transações "altamente improváveis"; informações fazem parte do pedido do STF para converter a prisão temporária do banqueiro André Esteves em preventiva

Por Da Redação
30 nov 2015, 10h19

Investigadores da Operação Lava Jato consideram suspeitos negócios feitos entre o BTG Pactual, de André Esteves, e os filhos do pecuarista e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai, preso na última terça-feira. As informações fazem parte de material enviado pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba à Procuradoria-Geral da República (PGR), após a prisão de Esteves, e fazem parte do pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para converter a prisão temporária do banqueiro em prisão preventiva, ou seja, sem prazo para expirar.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, registra que o Banco BTG Pactual participou de transações “altamente improváveis e escassamente explicáveis” com empresas dos filhos de Bumlai. Na primeira, a instituição teria participado de reestruturação financeira de uma usina chamada São Fernando Açúcar e Álcool, que pertencia aos filhos do pecuarista em 2012. A empresa, no entanto, entrou em recuperação judicial no ano seguinte.

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Também em 2012, uma empresa do grupo financeiro do banco, a BTG Pactual Serviços Financeiros, comprou por 195 milhões de reais uma fazenda dos filhos de Bumlai. O negócio é considerado suspeito pela Receita Federal.

Os investigadores veem o crescimento de indícios contra Esteves em duas frentes: na acusação de que ele era o polo financeiro da oferta de vantagens indevidas para tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e nos indicativos sobre os interesses do banqueiro que seriam afetados por eventual delação premiada.

A informação de que o BTG Pactual está sob investigação no Tribunal de Contas da União por irregularidades na aquisição de ativos da Petrobras na África por preço inferior ao de avaliação, em 2013, também foi repassada para a PGR pela força-tarefa de Curitiba. A diferença entre o preço pago e o valor de avaliação foi confirmada pelo ex-gerente da área internacional da estatal, Fernando José Cunha, ouvido no Paraná.

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Para os investigadores, as informações ressaltam que Esteves não tem interesse que venham à tona delações premiadas sobre esses assuntos. Em depoimento depois de preso, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo, admitiu saber de negócios de Esteves na África. Os investigadores acreditam que tanto Cerveró como Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, tinham inicialmente um acordo para omitir em depoimentos da Lava Jato informações sobre irregularidades nos negócios do BTG Pactual na África.

A troca de bandeira de postos de combustíveis é mais uma das operações tidas como suspeitas nas investigações sobre Esteves. O objetivo seria dissociar o banco BTG da empresa BTG Alpha Partners, que tinha como sócia a DVBR Derivados do Brasil, beneficiada por um contrato com a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.

Procurado, o advogado de Bumlai, Arnaldo Malheiros, disse não ter conhecimento das menções feitas pelos investigadores aos negócios da família do pecuarista. Por isso, explicou, não se pronunciaria.

(Com Estadão Conteúdo)

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