Lava Jato leva delegação à Suíça por dados da Odebrecht
Força-tarefa busca documentos e extratos bancários que possam reconstruir a relação entre a empreiteira e contas de ex-dirigentes da Petrobras
A Justiça brasileira lançou uma ofensiva na Suíça e enviou ao país europeu uma delegação de oito procuradores e peritos para buscar documentos e extratos bancários que possam reconstruir a relação entre a Odebrecht e contas de ex-dirigentes da Petrobras bloqueadas na Suíça.
Nesta segunda-feira, o Ministério Público da Suíça confirmou que garantiu acesso a documentos e extratos bancários sobre suspeitas de pagamentos de propinas que podem confirmar essa relação.
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No total, uma delegação de oito brasileiros passou a atuar nos escritórios do MP suíço para consultar extratos bancários e documentos reunidos pelos suíços. A delegação é a maior já recebida pela Justiça suíça desde que começou a cooperar com o Brasil em assuntos relacionados com a corrupção, há mais de dez anos. Ao contar com oito integrantes, a delegação ainda revela a dimensão da importância dos arquivos suíços. Entre os integrantes estão os procuradores Orlando Martelo, Eduardo Pelella e Antonio Carlos Welter.
A base da documentação dos suíços é a coleção de extratos do UBS das cinco contas abertas em nome de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e que acumula um valor de 26 milhões de dólares nos bancos suíços. A suspeita é de que o dinheiro viria da Odebrecht.
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As empresas, contudo, teriam usado uma ampla rede de operadores e intermediários que estaria dificultando a comprovação da relação entre a empreiteira e o ex-diretor da estatal. Por isso, a delegação brasileira em Lausanne ganhou a participação de peritos que vão avaliar cada um dos documentos para traçar o “mapa” da operação e tentar saber se existem indícios de que o dinheiro foi resultado de propinas.
Em novembro, uma primeira viagem de três procuradores indicou que, de fato, os documentos obtidos pelos suíços tinham o potencial de abrir novas áreas de investigação no escândalo da Petrobras. Desta vez, a opção da Justiça foi por fazer uma operação ampla, com um numero maior de pessoas e toda uma semana para consultar os documentos. Nesta segunda, a reunião serviu para que cada integrante da equipe fosse apresentado e para que uma agenda de trabalho fosse feita.
Oficialmente, tanto brasileiros como suíços se negam a comentar o conteúdo das reuniões ou dos documentos. “Temos instruções para não falar absolutamente nada”, declarou Orlando Martello, um dos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Do lado suíço, a assessoria de imprensa do MP indicou que “não pode dar qualquer tipo de informação sobre essa investigação”. A delegação brasileira ficará em Lausanne até sexta-feira para coletar dados necessários para uma nova etapa do processo no Brasil.
(Com Estadão Conteúdo)