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Lava Jato investiga se Braskem repassou propina a Palocci

Para a força-tarefa, o ex-ministro agiu em favor da petroquímica da Odebrecht em duas ocasiões

Por Da redação
30 set 2016, 09h37
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  • Os investigadores da Operação Lava Jato apuram suspeita de que a Braskem – petroquímica da Odebrecht, em sociedade com a Petrobras – pagou parte das propinas destinadas ao ex-ministro Antonio Palocci, via Setor de Operações Estrutura, o “departamento da propina da empreiteira”. As suspeitas têm como base registros de pagamentos deletados dos arquivos da empreiteira, mas recuperados pela Polícia Federal.

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    Há indícios, segundo investigadores, de que um dos destinatários finais do dinheiro seria o ex-marqueteiro do PT João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais de Dilma Rousseff (2014 e 2010) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006). Os investigadores apontam que Palocci teria agido em favor da Braskem para aprovar leis que beneficiariam a empresa em pelo menos dois momentos: em 2009, quando era deputado federal pelo PT, e em 2013, quando atuava como consultor.

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    O petista foi detido temporariamente na segunda-feira, na 35ª fase da Lava Jato, batizada de Omertà, sob suspeita de ter arrecadado 128 milhões de reais da Odebrecht em propinas ao PT, entre 2008 e 2013. Ele foi ouvido na quinta-feira por cerca de 4 horas pelo delegado Filipe Hille Pace e pela procuradora Laura Tessler. O ex-ministro negou irregularidades.

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    Os registros identificados pela perícia da PF são de entregas de dinheiro em espécie em endereços de duas empresas de publicidade e comunicação, em São Paulo, com a Braskem como uma das fontes de recursos. Os dados deletados estavam no mesmo arquivo de pagamentos da conta “Italiano”, codinome atribuído a Palocci nas planilhas da Odebrecht. Nesses mesmos locais, estão os registros de pagamentos ordenados “por Marcelo Odebrecht” efetuados a “João Santana/Mônica Moura (Feira) e outros beneficiários ainda não identificados”. O material foi cruzado com planilha obtida em março, quando duas secretárias do “departamento de propinas” foram presas.

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    Nessa contabilidade de valores devidos e pagos para “Italiano”, em outubro de 2013 estava registrado que do montante que ele tinha a receber havia um saldo de 70 milhões de reais. Até aquele ano, o uso dos recursos foi prioritariamente destinado a pagamentos à “Feira”, referentes ao tema “Evento”. No dicionário de códigos usado no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, Feira era João Santana – referência a Feira de Santana, na Bahia, terra do marqueteiro –, e Evento, campanha eleitoral.

    Mônica e Santana são réus de processo da Lava Jato, em Curitiba, e admitiram ao juiz Sérgio Moro terem recebido 3 milhões de dólares da Odebrecht em conta secreta na Suíça, como pagamento de dívida da campanha presidencial do PT de 2010 – quando Dilma foi eleita pela primeira vez.

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    Por meio de nota, a Braskem informou que desde 2015 contratou uma “investigação independente” e que “segue empenhada em elucidar eventuais fatos ilícitos e continuará cooperando com as autoridades competentes”. Palocci nega ser o “Italiano” nas planilhas da Odebrecht. “A PF já atribuiu tal apelido a outros três indivíduos”, afirmou por meio de nota. O ex-ministro informou ainda que a “ilação” de que ele “teria trabalhado para favorecer a conversão da MP 460 está em contradição com o fato de que o ex-ministro, quando deputado, votou contra a medida provisória”. “Palocci não recebeu qualquer vantagem indevida ou ilícita.”

    A Odebrecht não comentou.

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    (Com Estadão Conteúdo)

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