Grupo é investigado por participar de um esquema que desviou até 500 milhões de reais da prefeitura; um fiscal deve ser solto no domingo após assinar delação premiada
Por Felipe Frazão
1 nov 2013, 17h14
A Justiça de São Paulo prorrogou por mais cinco dias a prisão preventiva de três auditores acusados de desviar 500 milhões de reais da prefeitura de São Paulo. Os auditores fiscais Eduardo Horle Barcellos, Carlos Augusto di Lallo do Amaral e Ronilson Bezerra Rodrigues ainda não prestaram depoimento ao Ministério Público Estadual, que investiga o esquema de fraudes na cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS).
O quarto acusado, o fiscal Luis Alexandre de Magalhães, deve ser liberado neste domingo, quando encerra o prazo da prisão preventiva decretada na quinta-feira, após fazer acordo de delação premiada com os promotores. O advogado Mario Ricca, que defende Magalhães, disse que aguarda o alvará de soltura para retirá-lo da prisão. Ele nega que os carros importados apreendidos sejam de Magalhães. “Tudo o que ele declarou nada acrescentou à investigação, seu depoimento não trouxe fatos nem nomes novos. Simplesmente foram apresentados alguns documentos”, disse Ricca.
O promotor Roberto Bodini disse que tentou ouvir Amaral nesta sexta-feira, mas não conseguiu porque o auditor estava sem advogado.
O advogado Márcio Sayeg, que defende Ronilson Rodrigues, criticou a prisão do cliente. “A prisão é abusiva e desnecessária. Ele tem residência fixa, empresa e é servidor da prefeitura.”
Empresas – Segundo a investigação, os auditores montaram suas próprias empresas – a maioria de fachada – para negociar imóveis adquiridos por eles com dinheiro de propina e multiplicar o patrimônio.
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O promotor confirmou que os representantes da empresa Brookfield reconheceram o pagamento de 4 milhões de reais em propina em depoimento nesta sexta. “Eles confirmaram o que a quebra de sigilo bancário já havia detectado. Os depósitos que eram feitos em nome da empresa ALP [Administradora de Bens] eram provenientes das SPEs [Sociedade de Propósito Específico] de responsabilidade da Brookfield”, afirmou Bodini. “Eles não tinham como negar e confirmaram a existência do esquema. “
Segundo o promotor, a Brookfield alegou que “foi obrigada a pagar” diante de ameaça de que seu empreendimento não seria liberado. “Na visão deles, eles defendiam que não deviam nada no final da obra, que o ISS já havia sido recolhido durante o empreendimento”, disse Bodini.
O promotor afirmou que a empresa terá agora de provar sua versão. “É uma versão, eles vão ter todas as condições de demonstrar que nada deviam e que foram achacados.”
Os três auditores detidos ocuparam cargos de confiança na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), lotados na Secretaria de Finanças: Ronilson Bezerra Rodrigues (ex-subsecretário da Receita Municipal, exonerado em dezembro de 2012), Eduardo Horle Barcellos (ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança, exonerado a pedido em janeiro de 2013), Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral (ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis, exonerado em fevereiro de 2013).
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