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Interrogatório de Lula sobre compras de caças será em 21 de junho

Ex-presidente e seu filho, Luís Cláudio, são suspeitos de atuar em esquema de lobby durante o processo para adquirir aeronaves suecas entre 2013 e 2015

Por Estadão Conteúdo 14 mar 2018, 20h34
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  • O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal, de Brasília, remarcou para o dia 21 de junho, às 9h, o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu filho Luís Cláudio. A decisão foi proferida nessa terça-feira. Réus na Operação Zelotes, o ex-presidente, o filho e o casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni foram denunciados pelo Ministério Público Federal em dezembro de 2016.

    Todos são acusados por “negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo (sueco) Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627”. O Ministério Público Federal afirma que os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, já na condição de ex-presidente, “integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Ltda (M&M)”. Em troca, afirma a denúncia, Mauro e Cristina, donos da M&M, repassaram a Luís Cláudio pouco mais de R$ 2,5 milhões.

    O interrogatório estava marcado, originalmente, para o dia 20 de fevereiro. A defesa do ex-presidente havia pedido adiamento da audiência, sob alegação de que interrogatórios não podem ser marcados até que testemunhas residentes fora do País sejam ouvidas.

    Em 21 de novembro, o Ministério da Justiça enviou autorização para agendar os depoimentos de testemunhas residentes no exterior. De acordo com o juiz, o processo está paralisado há quase quatro meses à espera do cumprimento das notificações no exterior.

    Vallisney deu ainda um prazo de cinco dias para que a defesa de Lula entregue a tradução dos documentos resultantes das diligências. Na peça, Vallisney determinou ainda o desbloqueio de valor de 8 milhões de reais do casal de lobistas, por decisão do desembargador do TRF-1 Olindo Menezes.

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