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Huck: Bolsonaro tem ideias, mas pensa em como fazer ‘com o avião voando’

Em entrevista, apresentador diz que 'não se colocou como candidato' em 2018 e pede 'crédito' ao governo, embora critique excesso de ideologias

Por Redação 9 abr 2019, 05h36

Cotado como possível presidenciável antes do início das eleições de 2018, o apresentador Luciano Huck afirma que o governo de Jair Bolsonaro “tem crédito porque foi eleito por ampla maioria”, mas aparenta despreparo em certas políticas, “pensando em como fazer já com o avião voando”. As declarações foram concedidas em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira 9.

Bolsonaro tem ideias, ideologia e crenças que, inclusive, o levaram à Presidência. Só que também está claro que o que fazer e como executar as ideias eles estão modulando, lapidando e pensando em como fazer já com o avião voando”, afirmou o apresentador da TV Globo. Huck elogiou nomes do governo como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, mas citou o ministério da Educação como exemplo negativo dos 100 primeiros dias de gestão.

“O presidente entendeu e mexeu (no ministério da Educação), mas me parece que a ideologia tenha se sobreposto à pauta. A elaboração de uma lista de bons nomes para o MEC é de fácil consenso. E, de novo, temos um nome de não consenso. Temos que dar um voto de confiança ao novo ministro (Abraham Weintraub, anunciado nesta segunda-feira no lugar de Vélez Rodrígues), mas me preocupa a falta de experiência em gestão pública, em educação básica, e a militância ideológica. Se a emenda sair pior que o soneto, todos saem perdendo”, analisou.

Defensor do conceito de “nova política”, a exemplo de Bolsonaro, Huck não considera que as dificuldades enfrentadas pelo presidente na relação com o Congresso demonstrem inviabilidade em novos modelos.

“De maneira nenhuma (a ‘nova política’ se mostra ineficaz). Minha dúvida é se a gente está vivendo um ciclo da nova política, o início da nova política ou o fim da velha política”, declarou o comunicador, que criticou o “enfrentamento contínuo” dos políticos brasileiros.

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Como exemplo, ele citou que, mesmo se opondo a diversos pontos da proposta apresentada pelo equipe econômica do governo, “os partidos de esquerda sabem que a reforma da Previdência é necessária, porque senão quebra (o país)”.

Huck comentou, ainda, sobre posições recentes do governo bastante criticadas por contrariarem consensos históricos, como afirmar que o nazismo foi um movimento de esquerda e que não houve um “golpe” para iniciar o regime militar em 1964. “Parece piada. Existem fatos históricos que são indiscutíveis e, quando a ideologia se sobrepõe à história, é muito perigoso”, avaliou.

Embora tenha sido diversas vezes citado como potencial candidato nas eleições presidenciais de 2018, Huck negou que tenha “desistido” de concorrer ao cargo e não quis se colocar como possível candidato a presidente em 2002.

“Você só desiste de coisas que se propôs a fazer e desistiu. Em momento nenhum me coloquei como candidato. Isso é tudo o que não preciso (decidir ser candidato a presidente). A sociedade precisa produzir ideias e projetos viáveis para o Brasil e não podem ser ideias personalistas. Por isso que gosto dos movimentos cívicos e é lá que vou ficar. Eles têm a credencial para propor ideias e como executá-las em nomes de grupos e não de pessoas”, expôs o apresentador.

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