O governo jogará pesado para restringir a atuação da oposição na CPI do 8 de Janeiro, cujo requerimento de criação deve ser lido nesta quarta-feira, 26, em sessão do Congresso. Além de contar com o apoio dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para controlar os cargos de relator e presidente da comissão, os aliados do presidente Lula querem escalar para os trabalhos parlamentares experientes e, se possível, que tenham conhecimento nas áreas de segurança pública e defesa, além de boas relações com os militares.
Os governistas planejam ainda barrar a participação na CPI do deputado André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento de criação da comissão. A tese é a seguinte: como o parlamentar é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por sua suposta participação na convocação para as manifestações de 8 de janeiro, ele não poderia exercer a função de investigador. Até a semana passada, alguns integrantes do PL, partido de Jair Bolsonaro, cogitavam indicar Fernandes para a presidência do colegiado.