Governo quer deixar a política longe do 7 de Setembro
A ideia é se diferenciar de Jair Bolsonaro, que se apropriou da data para subir em palanques, atacar inimigos e confrontar instituições ao lado de militares
O governo Lula tem feito uma série de reuniões para definir os últimos detalhes sobre o tradicional desfile do 7 de Setembro, realizado para comemorar os 201 anos da Independência do país.
Para a primeira celebração da data neste terceiro mandato do petista, a ordem principal é para que seja um evento o mais protocolar e célere possível, sem dar margem para que se torne um ato político.
A ideia é principalmente se diferenciar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que usou o evento como palanque para desferir ataques contra adversários – em 2021, ele chamou Alexandre de Moraes de “canalha” e ainda defendeu a saída dele da cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro também tentou pegar carona no 7 de Setembro como um gesto de apoio dos militares a seu governo. Agora, em meio a oficiais da ativa e da reserva envolvidos em escândalos em série, de fraudes no cartão de vacina à venda de joias recebidas durante a gestão do ex-capitão, o esforço é para evitar que os episódios contaminem o ato.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom), comandada pelo ministro Paulo Pimenta, está à frente dos preparativos. No último dia 3, Pimenta se reuniu com os comandantes da Marinha, da Aeronáutica e do Exército para tratar da cerimônia.
“A gente quer despolitizar o 7 de Setembro e fazer com que volte a ser uma parada militar, uma festa cívica de todos”, disse um ministro de Lula.