O governo anunciou que vai editar uma medida provisória na tarde desta quarta-feira 30, para autorizar a direção da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a remanejar recursos de seu orçamento para comprar parte do período de folga dos agentes da corporação.
Pelo regime de trabalho, policiais trabalham de plantão por um período de 24 horas, gozando de um descanso de 72 horas. De acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, esses policiais receberão um valor adicional, retirado do próprio caixa da PRF, para trabalhar algumas dessas horas a mais.
Com o reforço, estimado em 2.000 agentes, será um efetivo total de cerca de 33.000 pessoas, entre rodoviários, militares e integrantes da Força Nacional de Segurança (FNS) à disposição para combater o “uso da violência” por “aproveitadores”, nas palavras do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen.
“O que estamos assistindo é um espetáculo degradante de covardia de pessoas que tentam impedir os caminhoneiros de voltarem para as suas famílias e para os seus trabalhos”, completou o ministro Jungmann.
“É preciso que nós tenhamos bem claro que haverá e está havendo o emprego da autoridade do Estado, bem como as responsabilidades criminais em todos os aspectos que isso puder acontecer”, afirmou o ministro, atribuindo essa violência a pessoas externas aos caminhoneiros, que contam com a proteção estatal para retornar ao trabalho. “Os caminhoneiros estarão sempre protegidos pelos órgãos de segurança pública e pelas forças federais”, completa.
Questionado sobre quem seriam esses “aproveitadores”, Etchegoyen afirmou que já há investigações avançadas, mas que revelar poderia comprometer a apuração do setor de inteligência.
Balanço
Segundo o ministro Raul Jungmann, prosseguem pelo país 540 pontos de manifestação, sendo apenas dois de obstrução total das vias. Ele definiu os movimentos restantes como “aglomerações” de motoristas e adiantou que as forças de segurança serão empregadas para reverter os dois bloqueios vigentes.
Para além dos agentes, as Forças Armadas empregam, segundo o ministro, 800 motoristas que manobram os veículos de motoristas que não aceitam contribuir para as reaberturas.