Depois de novos relatos que citam pagamentos de caixa dois à sua campanha ao governo de São Paulo em 2010, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 21, que não há ninguém mais “íntegro” que ele na vida pública.
No último sábado, o jornal Folha de S.Paulo publicou que executivos da concessionária rodoviária CCR, que administra algumas das principais estradas paulistas, relataram ao Ministério Público pagamentos irregulares de 5 milhões de reais à campanha de Alckmin naquele ano. O dinheiro teria sido entregue a Adhemar Ribeiro, cunhado do tucano.
“Isso é tão absurdo, mas tão absurdo, não tenho nem conhecimento disso. Pode haver alguém tão íntegro como eu, mas mais não tem. Quarenta anos de vida pública, é só ver a minha vida, pode ver de A a Z”, declarou Alckmin, após participar de um seminário da faculdade Ibmec, na capital paulista.
Questionado por jornalistas sobre a atuação de Adhemar Ribeiro em suas campanhas, o tucano respondeu que ele “nunca participou como tesoureiro da campanha, nunca participou em absolutamente nada. Não teve nenhum papel, a não ser o de ser amigo e procurar participar”.
Irmão da ex-primeira-dama Lu Alckmin, Ribeiro já havia sido citado em delações premiadas de executivos da Odebrecht como operador do suposto pagamento de 10,7 milhões de reais de caixa dois à campanha do ex-governador paulista em 2010. O Ministério Público apura as acusações dos delatores.
A respeito dos questionamentos à viabilidade eleitoral de sua candidatura à Presidência e da recente inclusão do ex-prefeito de São Paulo João Doria como candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em pesquisas de intenção de voto, Alckmin disse não se sentir ameaçado.
“A imprensa gosta de novidades, então criaram Luciano Huck, depois criaram Joaquim Barbosa, agora criam João Doria e vão desinformado a população, e nós vamos fazendo campanha”, disse o tucano.
Geraldo Alckmin também voltou a falar em “diminuir a fragmentação” de partidos de centro para a campanha ao Planalto. Pelo menos quatro legendas centristas, como PSDB, DEM, MDB e PRB, têm pré-candidatos à Presidência.
“Precisamos diminuir a fragmentação. Você tem um número de candidatos muito grande e de candidatos que tem uma proximidade de propostas. Já temos alguns partidos que estão próximos de nós, defendemos uma convergência democrática que é boa para o país, para a eleição e para o futuro”.
No final de maio, líderes de PSDB, DEM, MDB e PTB lançarão um manifesto pela união do centro em um “polo democrático e reformista”. O grupo, que inclui nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, ambos tucanos, e o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), defende Alckmin como candidato ideal para liderar o bloco.