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Frente Parlamentar denuncia ameaças à segurança de embaixador da China

Formado por 224 deputados, grupo de trabalho sobre relações com a China exigiu que o governo assegure a integridade física de Yang Wanming e de sua família

Por Redação
Atualizado em 19 mar 2020, 12h29 - Publicado em 19 mar 2020, 12h27
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  • A frente parlamentar de trabalho sobre as relações com a China emitiu um comunicado nesta quinta-feira, 19, denunciando que o embaixador do país asiático no Brasil, Yang Wanming, tem sofrido ameaças desde que respondeu a um tuíte do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) que atribuía a Pequim a culpa pela pandemia do coronavírus.

    Assinada pelo presidente da frente parlamentar, deputado Fausto Pinato (Progressistas-SP), a nota diz que é responsabilidade do governo federal assegurar a integridade física e a segurança do embaixador e de sua família. “Nós exigimos que o governo apure tais manifestações”, diz o comunicado.

    Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, escreveu nas redes sociais, por volta das 20 horas desta quarta-feira, 18, que “a culpa pela pandemia de coronavírus no mundo tem nome e sobrenome: é do Partido Comunista Chinês”. A manifestação provocou reação imediata de Wanming, que classificou a declaração do deputado como “irresponsável”.

    “Ao voltar de Miami, [Eduardo] contraiu, infelizmente, vírus mental, que está infectando a amizades entre os nossos povos”, publicou o perfil da diplomacia chinesa. “Lamentavelmente, você é uma pessoa sem visão internacional nem senso comum, sem conhecer a China nem o mundo. Aconselhamos que não corra para ser o porta-voz dos EUA no Brasil, sob a pena de tropeçar feio.”

    Wanming também se manifestou em seu perfil pessoal. “Suas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com o seu estatuto como deputado federal, nem a sua qualidade como uma figura pública especial”, disse.

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    O embaixador do principal parceiro econômico do Brasil já recebeu um pedido de desculpas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele afirmou que a declaração de Eduardo não condiz com a importância da parceria estratégica entre os países nem com os ritos da diplomacia.

    Já a frente parlamentar Brasil-China reiterou o pedido de desculpas e disse que “não cabe a um parlamentar alimentar teorias conspiratórias”. O grupo de trabalho é formado por 224 deputados e um senador, o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO). Na nota, eles afirmam que o momento é de união e cooperação. “Aos membros do governo que desejam alimentar a cisão e o conflito, pedimos respeito.”

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