Feministas do PT unidas pelo inchaço do governo
Elas pressionarão a presidente Dilma Rousseff para que mantenha e fortaleça a Secretaria de Políticas para as Mulheres após reforma ministerial
O debate sobre a reforma ministerial estará presente na 3ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres, que começa na próxima segunda-feira, em Brasília. Uma das principais decisões do encontro será um vigoroso recado à presidente Dilma Rousseff: a militância feminista – assim como o PT – vai deixar claro que se opõe à extinção da Secretaria de Políticas para as Mulheres. De acordo com informações que circulam nos bastidores do Planalto, a presidente cogita reduzir o número de pastas na reforma ministerial, prevista para janeiro de 2012. A Secretaria de Mulheres poderá ser absorvida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Vale lembrar dados já preocupantes da estrutura burocrática do governo: em 2003, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu 26 ministérios do governo Fernando Henrique Cardoso; em 2010, Lula entregou 37 a Dilma. Ela manteve o número e pretende criar ainda o da Micro e Pequena Empresa.
Relatórios das conferências estaduais feministas chegaram nos últimos dias a Brasília. Realizadas em todo o Brasil, entre outubro e novembro, quando os rumores sobre o possível desmonte da pasta se intensificaram, todas elas abordaram o assunto, direta ou indiretamente. Alguns dos relatórios repudiam a fusão e exigem que a Secretaria tenha confirmado o seu status de ministério, equiparando-se às outras pastas.
Os relatórios, aos quais a reportagem teve acesso, mostram que, em vez de extinção, a militância propõe o inverso: o fortalecimento da Secretaria. “Ao apresentarem propostas sobre o que deve ser prioritário dentro do 2º Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, as representações estaduais destacam, invariavelmente, o fortalecimento de todos os organismos que desenvolvem políticas para as mulheres, tanto no plano federal quanto nos Estados e municípios”, observa Nina Madsen, técnica da Secretaria que coordena a sistematização das propostas.
Também se menciona que a provável extinção do organismo, hoje comandado pela petista Iriny Lopes, contraria o esforço que ocorre no País para que toda prefeitura e governo estadual criem sua coordenadoria ou secretaria específica para cuidar de ações para mulheres.
(Com Agência Estado)