A economia, a inflação generalizada e o alto custo dos combustíveis são os principais obstáculos à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), que deflagrou uma ofensiva para tentar reduzir o valor da gasolina e do diesel, como mostra uma reportagem da nova edição de VEJA, e para convencer os supermercados a congelar os preços dos alimentos até o dia da votação.
Longe dos holofotes, outro tema tem preocupado a coordenação de campanha do presidente: as falhas de comunicação. Bolsonaro e seus mais graduados conselheiros, como o filho Flávio Bolsonaro, dizem em público não acreditar nas pesquisas que mostram Lula (PT) com uma vantagem de 6 a 21 pontos percentuais na corrida presidencial. Reservadamente, no entanto, eles usam as próprias pesquisas para afirmar que o mandatário ainda pode crescer bastante em intenções de voto.
Segundo os bolsonaristas, os levantamentos revelam que parcelas significativas dos eleitores não associam o presidente a uma série de benefícios. Muita gente, por exemplo, não saberia que Bolsonaro criou o Auxílio Brasil, que paga um benefício médio duas vezes maior do que o do extinto Bolsa Família, ou que o presidente autorizou a recente renegociação de dívidas do Fies, programa de financiamento estudantil.
O plano é reforçar o trabalho de comunicação em diversas frentes, como TV e redes sociais, para deixar claro ao eleitorado que essas e outras medidas, como a adoção do Pix, são obra da gestão Bolsonaro. “Um dos maiores erros do governo foi não fazer a propaganda, não divulgar aquilo que ele fez”, disse o senador Flávio Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil. “As pesquisas mostram que muitas pessoas ainda acham que quem dá o Auxílio Brasil é o Lula, e não é”, acrescentou. Só com discurso ideológico ninguém, seja Lula ou Bolsonaro, ganhará eleição.