O terceiro depoimento colhido pela CPI da Petrobras nesta terça-feira foi o mais inexpressivo: o ex-presidente do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Nilo Vieira Filho, atuou na defensiva e praticamente não deu informações úteis aos parlamentares. Por diversas vezes ele afirmou que não lidava diretamente com as obras do empreendimento. Os deputados Izalci (PSDB-DF) e Elisiane Game (PPS-MA) chegaram a afirmar que a convocação havia sido feita por engano. “É muita cara de pau do senhor”, afirmou o sub-relator Altineu Côrtes (PR-RJ), responsável por agendar o depoimento. Entre as poucas informações passadas por Nilo, está a de que ele foi indicado pelo então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e a de que a inviabilidade do Comperj se deve, sobretudo, a variações de custo. “A principal dificuldade para petroquímica foi o preço da matéria-prima”, afirmou. De acordo com o Tribunal de Contas da União, a Petrobras escondeu despesas de 8,1 bilhões de reais nas obras do complexo petroquímico. (Gabriel Castro, de Brasília)