O ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, considerado um personagem-chave no esclarecimento do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes em março deste ano, foi transferido de Bangu 1, no Rio de Janeiro, para um presídio federal de segurança máxima em outro estado. A transferência foi confirmada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que, no entanto, não divulgou o local exato por razões de segurança.
A transferência de Araújo foi pedida para evitar interferências nas investigações do crime, no qual ele nega participação. Seu advogado, Renato Darlan, informou nesta quinta-feira, 16, que já entrou com um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para impedir a remoção. “Essa transferência nos preocupa muito”, afirmou Darlan. “Até porque não traz benefícios para ninguém; nem para o meu cliente, nem para a investigação da morte da vereadora. Se ele tiver que ser ouvido de novo, por exemplo, será um transtorno.”
Araújo foi ouvido durante toda a tarde de quarta-feira, 15, em Bangu 1, por uma equipe da Delegacia de Homicídios (DH) que investiga o assassinato de Marielle. Aos agentes, ele voltou a negar a participação na morte da vereadora. Ele também negou envolvimento com o vereador Marcello Siciliano (PHS), colega de bancada de Marielle, apontado por ele como mandante do crime.
Siciliano já prestou depoimento na condição de testemunha, mas deve voltar a depor. Investigações do Ministério Público apontam Araújo como líder miliciano em Curicica, na zona oeste, região de influência de Siciliano. O ex-PM é apontado pela polícia como responsável também pelo assassinato de Carlos Alexandre Pereira Maria, colaborador do gabinete do vereador, na zona oeste. Araújo também nega envolvimento neste crime.
(Com Estadão Conteúdo)