Os embaixadores Clemente de Lima Baena Soares e Glivânia Maria de Oliveira se declararam impedidos de participar da comissão de sindicância que vai apurar a operação de retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina da embaixada brasileira em La Paz. O Ministério das Relações Exteriores deve substituí-los por novos nomes que serão designados pela corregedora do Serviço no Exterior.
Os novos integrantes da comissão devem ser definidos após a posse do novo chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado, nesta quarta-feira. Machado assume a pasta no lugar de Antonio Patriota, que entregou o cargo após a saída do senador boliviano de seu país.
Segundo a Agência Brasil, Baena Soares alegou “ter interesse direto ou indireto” no tema por haver integrado o grupo de trabalho que negociou a saída do parlamentar boliviano. O embaixador fazia parte da comissão Brasil-Bolívia criada para discutir o caso de Molina.
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A decisão de instalar a comissão foi anunciada nesta terça-feira pelo Itamaraty. O grupo será presidido pelo assessor especial da Controladoria-Geral da União e auditor fiscal da Receita Federal, Dionísio Carvalhedo Barbosa. O objetivo é apurar as responsabilidades sobre a retirada do senador boliviano. O diplomata Eduardo Saboia, encarregado de negócios na Bolívia, assumiu ter conduzido o processo que retirou Molina da embaixada brasileira, onde estava há 15 meses. Ao justificar sua decisão, Saboia criticou a falta de ação do grupo de trabalho, do qual fazia parte o embaixador Baena Soares.
Saboia, que está afastado de suas funções, disse ter tomado a iniciativa por razões humanitárias. Ele alega que Molina estaria deprimido, com intenção de se suicidar. A punição para Saboia pode ir desde uma advertência oral até a exoneração do cargo.