O general Marcos Antônio Amaro, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teve nesta quarta-feira, 9, uma reunião com o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa.
Esse foi o primeiro encontro entre os dois – Corrêa assumiu o posto em 30 de maio. A reunião é tratada como uma visita institucional e um gesto de aproximação.
Tradicionalmente, a Abin ficava sob o guarda-chuva do GSI. No entanto, em meio a um esvaziamento protagonizado pelo governo no gabinete, a agência acabou sendo transferida para a alçada da Casa Civil em março. Nos bastidores, no entanto, os dois lados afirmam que a troca de informações segue acontecendo.
A visita se dá após o GSI e a Abin apresentarem versões conflitantes sobre o 8 de janeiro. O então chefe do órgão, general Gonçalves Dias, afirmou que nunca recebeu nenhum alerta da agência de inteligência sobre os riscos de a manifestação descambar para atos de violência. No entanto, em depoimento à CPMI, o ex-diretor Saulo Moura da Cunha afirmou que ele próprio encaminhou ao telefone pessoal do ministro os informes.
Além disso, Saulo também contou que G. Dias pediu que as mensagens enviadas a ele não constassem em um relatório que consolidou todos os alertas da Abin antes do atentado – o que foi acatado. Sob a gestão de Amaro, que sucedeu o general no início de maio, uma nova versão do relatório foi enviada ao Congresso. Nela, constavam os informes prévios da Abin ao ex-ministro.