O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se manifestou nesta terça-feira, 21, a favor dos atos pró-governo marcados para o próximo domingo, 26. No Twitter, o filho do presidente Jair Bolsonaro escreveu que a presença da “esquerda” nas ruas é tratada como expressão da democracia, enquanto mobilizações de “um povo ordeiro” são vistas como erradas.
“Só eu que acho ‘curioso’ que a esquerda vá toda hora para as ruas, pague mortadela para a massa, queime algo no final e isso é tratado como expressão de democracia, mas quando um povo ordeiro quer fazer o mesmo mas de graça e sem queimar nada passam a dizer que isso é errado?”, postou.
Também na manhã desta terça, o parlamentar postou que “a raiz de todos os problemas” do país é a “guerra cultural”. “Negar isso é negar a realidade ou demonstrar total ignorância sobre o cenário em que vivemos.” E recomendou: “Se quiser abrir seus olhos siga, veja os vídeos e leia Olavo de Carvalho”. Guru de Bolsonaro e dos filhos, o escritor disparou ofensas à ala militar do governo nas últimas semanas.
No domingo, o deputado já havia afirmado: “Nada mais democrático do que uma manifestação ordeira que cobra dos representantes a mesma postura de seus representados”.
A manifestação a favor do governo também tem como pautas o apoio à reforma da Previdência e ao pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Nas convocações para os atos, nas redes sociais, há ainda muitas críticas ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Centrão. Grupos que ganharam destaque nos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua, não aderiram às manifestações por verem nelas um movimento antipolítica.
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) criticou a convocação. “Não tem sentido quem está com o poder convocar manifestações! Raciocinem!”, escreveu no domingo. Para ela, se as ruas estiverem vazias, Bolsonaro perceberá que terá de parar de “fazer drama” para trabalhar.
Presidente
Na sexta, o presidente compartilhou com seus contatos um texto segundo o qual o país é “ingovernável” sem os “conchavos” políticos com “corporações”, que ele se recusa a fazer. Na segunda-feira, durante viagem ao Rio de Janeiro, Bolsonaro apontou a “classe política” como o grande problema do Brasil, incluindo-se na crítica. Mais tarde, moderou o tom e incluiu os parlamentares no “time” que está empenhado em aprovar a reforma da Previdência no Congresso.
Eduardo, por sua vez, postou no Twitter, também na segunda: “Um apoio espontâneo, gratuito e convicto não acaba em cinco meses só porque o Centrão e a imprensa querem”.
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