A seis dias do primeiro turno das eleições municipais, a presidente Dilma Rousseff desembarcou nesta segunda-feira em São Paulo para subir no palanque do candidato petista, Fernando Haddad, e dizer que “vai meter o bico” na disputa pela prefeitura paulistana.
As palavras de Dilma foram em resposta às críticas do candidato do PSDB, José Serra, de que ela não deveria se envolver na corrida eleitoral em São Paulo. “Estou aqui hoje para meter o bico nessa eleição porque é impossível governar o país sem meter o bico em São Paulo”, disse, em um comício de Haddad no bairro de Guaianases, na zona leste da capital.
A aparição da presidente é uma das últimas cartadas do PT na reta final da campanha para tentar levar Haddad para o segundo turno. Segundo o Datafolha, ele está em terceiro lugar na disputa, atrás de Serra e do líder, Celso Russomanno (PRB).
Ao lado do candidato petista, que foi seu ministro da Educação, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma afirmou que resolveu participar da disputa em São Paulo porque “aqui vivem milhões de brasileiros” e porque foi na cidade onde lutou “pela liberdade dos brasileiros de meterem o bico em todos os assuntos”, em referência ao período que foi opositora do regime militar.
Depois de seu discurso de 16 minutos, Dilma deixou o local de helicóptero. O envolvimento de um presidente da República em campanhas eleitorais já foi alvo de diversas contestações. Apesar de alegar que a participação ocorre fora do expediente de trabalho, todo deslocamento presidencial demanda forte aparato de segurança e da equipe que a acompanha, o que inevitavelmente gera custo ao erário público.
Após a fala de Haddad, foi a vez do ex-presidente, seu padrinho político. Lula insuflou a militância a caçar votos de indecisos para Haddad: “No dia 7 não apenas vote no Haddad, como vá à casa do seu vizinho convencê-lo a votar nele”.