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Duda Mendonça recebeu R$ 195 mi do governo em 9 anos

Publicitário é um dos réus do mensalão e admitiu ter recebido mais de R$ 12 mi do valerioduto. Isso, porém, não reduziu contratos federais com sua agência

Por Da Redação
15 ago 2012, 10h56

O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal completa dez dias nesta quarta-feira, dia que marca o fim da fase de defesa dos réus. Ao término da explanação dos três advogados restantes, o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, começa a leitura de seu voto, com mais de 1.000 páginas. Entre os defensores que subirão ao púlpito está o do publicitário Duda Mendonça. Figurar entre os 38 réus no processo, contudo, não parece interferir no faturamento do marqueteiro – ao menos no que diz respeito a verbas federais. Desde 2004, as empresas de Duda receberam 195,2 milhões de reais do governo, segundo levantamento da ONG Contas Abertas.

Infográfico: Entenda os trâmites do julgamento e o que pesa contra cada réu

Em 2012, a agência de publicidade Duda Mendonça & Associados Propaganda (DM&AP) recebeu 90,5 mil reais da União, como pagamento por prestação de serviços publicitários de utilidade pública ao Ministério da Saúde. Contudo, a cifra deste ano representa apenas 0,05% do montante que a empresa recebeu do governo nos últimos nove anos.

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Em 2004, um ano após ser contratada para prestar serviços ao governo federal, a empresa recebeu 63,5 milhões de reais por trabalho realizado junto à Presidência da República. Em abril do ano seguinte, mediante processo licitatório, foi firmado o contrato com a Saúde para elaboração de material publicitário – prorrogado até abril de 2009 -, responsável pela maioria dos repasses à DM&AP.

Embora o grosso dos pagamentos à agência no período seja referente à serviços publicitários para Saúde, os repasses da presidência foram mais significativos: em 2005, último ano em que a Presidência despendeu valores à DM&AP, foram pagos cerca de 30 milhões de reais pela Pasta e 9,4 milhões de reais pela Saúde – totalizando quase 39,5 milhões de reais em 12 meses.

Nem mesmo a eclosão do escândalo do mensalão, em 2005, impediu que os contratos com o publicitário seguisse. Em 2006, foram 10,7 milhões de reais e, no ano seguinte, 9,6 milhões de reais. Em 2008, observou-se o crescimento no valor dos repasses, quando cerca de 12 milhões de reais chegaram aos cofres da empresa. Em 2009 e 2010, as cifras atingiram novamente o ápice de 26 milhões de reais e 30 milhões de reais , respectivamente. Em 2011, a empresa recebeu 3,9 milhões de reais por serviços de publicidade realizados para o governo.

Mendonça assumiu ter recebido mais de 12 milhões de reais do valerioduto como pagamento pelo serviço que prestou à campanha que levou Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2002. Desse total, cerca de 10,8 milhões foram pagos por meio de uma conta nas Bahamas.

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Acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Duda alega que não tinha alternativa senão receber os recursos da forma apresentada pelo PT. Ainda assim, a defesa diz que não houve evasão de divisas porque os valores recebidos já estavam no exterior e alega que os valores são fruto de um serviço efetivamente prestado.

Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

O jogo está sendo jogado, e estamos acompanhando a atuação de alguns protagonistas. Ninguém, no entanto – nem mesmo Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Tóffoli, tão explícitos nos seus respectivos papéis – tem se comportado de forma tão deletéria para a reputação da Casa como Marco Aurélio Mello. Já o tive na conta de um homem independente, mesmo quando discordei radicalmente de suas opiniões – e cito o caso do terrorista Cesare Battisti. Quando gostei, elogiei. Hoje, critico-o duramente. E não porque desconfie que vá discordar de seus votos.

Marco Aurélio – chamo-o pelo prenome para distingui-lo do outro Mello, o Celso, que o antecede – decidiu se comportar como ombudsman de seus colegas. Como não lhe cabe o papel oficial de crítico de seus pares, como essa função não está prevista do Regimento Interno da Casa, então ele evita a seara técnica e prefere trilhar o caminho da ironia – que ee pretende sutil, mas que é notavelmente grosseira. Não passa dia sem que dê declarações descabidas e impertinentes à imprensa, tendo sempre seus parceiros de STF como alvos. E, quase invariavelmente, anuncia que o “clima não está bom”, como se não fosse ele um dos incentivadores de rusgas e confrontos.

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