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Doria diz que Alckmin está ‘muito constrangido’ com delações

Prefeito de São Paulo comentou citações ao governador nos depoimentos da Odebrecht em evento do Lide, em Foz do Iguaçu (PR)

Por Da redação
Atualizado em 21 abr 2017, 20h29 - Publicado em 21 abr 2017, 20h07

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira que o seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), está “muito constrangido” com a citação a seu nome feita por delatores da Odebrecht. Três executivos da empreiteira afirmaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que Alckmin usou o cunhado como intermediário para receber 10,7 milhões de reais via caixa 2 do chamado setor de propinas da empresa. O governador nega.

“Muito constrangido, muito constrangido”, disse Doria ao ser questionado sobre a reação do governador. “Evidentemente que alguém que tem uma vida limpa, construída com modéstia como ele, fica evidentemente constrangido diante dessas circunstâncias”, disse ele em Foz do Iguaçu, onde participou pela primeira vez como prefeito do Fórum de Líderes Empresariais, que está em sua 16ª edição e é organizado pelo Grupo Doria, do qual até ano passado era presidente.

No evento desta sexta-feira, entre os palestrantes estavam o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB); o ministro das Cidades, Bruno Araujo (PSDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o senador Romero Jucá (PMDB-RR); e o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), alvos de inquéritos abertos no STF decorrentes das delações da Odebrecht; e o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), citados em petições remetidas a outras instâncias.

De acordo com os delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Pachoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, o dinheiro do Grupo Odebrecht teria sido repassado ao então candidato Geraldo Alckmin, a pretexto de contribuição eleitoral, 2 milhões de reais no ano de 2010 e 8,3 milhões no ano em 2014. As citações foram remetidas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tem competência para julgar governadores e deve decidir se abre ou não uma investigação contra o tucano.

Em nota, o governador negou as irregularidades. “Jamais pedi recursos irregulares em minha vida política, nem autorizei que o fizessem em meu nome. Jamais recebi um centavo ilícito. Da mesma forma, sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo) 

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