Convocado pela CPI do Cachoeira, o empresário Adir Assad optou pelo silêncio diante dos parlamentares e se recusou nesta terça-feira a explicar como tem colocado empresas suas para, em nome de laranjas, atuar em favor da empreiteira Delta. No mais recente relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) encaminhado à comissão de inquérito, a empresa Legend Engenheiros Associados, de Assad, recebeu 11,7 milhões de reais da Delta em um período de 7 meses em 2008. Para o órgão de controle, a suspeita pode ser classificada como uma movimentação atípica.
“Conforme orientação dos meus advogados, exerço meu direito constitucional de permanecer calado”, limitou-se a informar Assad. Ele aguardou por cerca de sete horas, em uma sala contígua à CPI, para informar que permaneceria em silêncio.
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Na mesma sessão, os parlamentares tomarão o depoimento do engenheiro Paulo Vieira de Souza. Conhecido como Paulo Preto, o ex-presidente da Dersa, empresa que administra as obras rodoviárias de São Paulo, teria pressionado pela liberação de recursos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para obras do Rodoanel em São Paulo. Conforme a denúncia, que partiu do ex-diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, parte dos recursos seria usada para abastecer um suposto caixa dois de campanha.