A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se mobilizou nesta quarta-feira, 27, contra uma reclamação apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Paulo Vieira de Souza, engenheiro suspeito de ser operador financeiro para políticos do PSDB conhecido como Paulo Preto, .
Ela se manifestou sobre o processo, pedindo que ele seja rejeitado, antes mesmo que o relator, o ministro Gilmar Mendes, intimasse a PGR sobre o pedido. O engenheiro argumenta que ele não poderia ser investigado pela Lava Jato no Paraná, uma vez que os fatos a seu respeito já estão sob análise da força-tarefa paulista da operação.
Para Dodge, Paulo Preto cometeu “um verdadeiro rosário de crimes” diferentes e que, naturalmente, são investigados e julgados por instâncias diferentes do Poder Judiciário.
Na argumentação da PGR, o inquérito em São Paulo diz respeito a possíveis ilegalidades no trabalho do engenheiro como presidente da Dersa, estatal de engenharia do governo paulista, entre 2007 e 2011. Já o inquérito que o levou à nova prisão, do Paraná, trata de operações financeiras ilícitas que ele teria realizado para a empreiteira Odebrecht.
“O reclamante tenta reduzir todos os seus delitos a uma conduta única, quando se verifica tratar de um verdadeiro rosário de crimes em condições temporais, modo de atuação e com finalidades distintas”, escreveu a procuradora-geral. “Percebe-se sem dificuldade que o reclamante pretende fazer crer que tudo que mencione o seu nome ou o nome Dersa fique vinculado a uma investigação que já foi declinada”, completou.
Nesta outra investigação, Paulo Preto foi posto em liberdade por duas decisões do próprio ministro Gilmar Mendes. Posteriormente, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal confirmou o habeas corpus, mas o colocou em recolhimento domiciliar e com tornozeleira eletrônica, situação em que ele se encontrava até a nova prisão, no último dia 19.