Numa tentativa desesperada de impedir a abertura de uma CPI para investigar a Petrobras, o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), convocou a imprensa no Congresso Nacional para fazer um anúncio bombástico. Exaltado, o petista afirmou que tentará – ainda sem saber como explicar – ampliar o foco da CPI para investigar denúncia de formação de cartel em licitações do sistema metroviário do Estado de São Paulo e para vasculhar contratos da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) e do Porto de Suape, em Pernambuco. A intenção do petista é clara: atingir Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), adversários da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro, e os governos do PSDB em São Paulo. Porém, questionado pelos repórteres sobre como o PT pretende atingir o objetivo, Vicentinho teve um acesso de franqueza: “Se eu soubesse eu diria agora mesmo”. Percebendo a barbeiragem, o petista ainda tentou uma variação: “Não sei ainda, mas queremos uma CPI que investigue todos os fatos”. As declarações resumem o sentimento generalizado na bancada petista: se a CPI for inevitável, o partido tentará a todo custo usá-la para o embate político, impedindo investigações sobre a gigante estatal em ano eleitoral. (Marcela Mattos, de Brasília)