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Delírios de uma mente perturbada

Preso desde o dia do ataque ao presidente Jair Bolsonaro em Juiz de Fora (MG), Adélio Bispo foi avaliado por uma junta de especialistas

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 16h02 - Publicado em 31 Maio 2019, 07h00
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  • O atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro até hoje alimenta uma série de teorias da conspiração. Na entrevista a VEJA, o presidente reafirma a suspeita de que foi vítima de uma trama ainda a ser desvendada. A Polícia Federal, que investiga o caso há nove meses, até agora não encontrou nenhum indício que sustente essa desconfiança. Pelo contrário. A Justiça concluiu recentemente que o autor da facada, o garçom Adélio Bispo de Oliveira, tem problemas mentais e é inimputável criminalmente, ou seja, não poderá responder pelo crime que cometeu. Caso seja condenado, ele deverá ser internado num manicômio para tratamento psiquiátrico. De acordo com os peritos, Adélio tem uma “doença psicótica” grave.

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    Preso desde o dia do ataque em Juiz de Fora (MG), Adélio foi avaliado por uma junta de especialistas, incluindo médicos e psicólogos, que produziu laudos e pareceres sobre o estado mental do garçom. VEJA teve acesso ao material. Os relatos obtidos pelos técnicos revelam o que se passava na cabeça do criminoso. A polícia já havia colhido evidências de que Adélio não é normal. Ouvido pelos peritos, o garçom contou que começou a pensar em matar Bolsonaro quando soube que, caso fosse eleito, ele pretendia “fuzilar os petralhas”. Petralha é um neologismo que nasceu da fusão de “petista” com “metralha” — um militante ladrão. Acabar com a vida do candidato do PSL era uma missão divina para Adélio. O garçom confidenciou que “ouviu a voz de Deus dizendo que somente ele poderia salvar o Brasil da destruição”. Os delírios, ao que tudo indica, foram construindo o enredo da tragédia.

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    No dia 6 de setembro, ao verificar que o presidente estava hospedado em um hotel em frente a uma praça onde havia monumentos maçônicos, Adélio não teve dúvidas: “Bolsonaro era maçom” e, por isso, entregaria as riquezas do país “ao Fundo Monetário Internacional, aos próprios maçons e à máfia italiana”. Convencido disso, ele pegou uma faca de cozinha, infiltrou-se na multidão que acompanhava um comício de Bolsonaro em Juiz de Fora e o golpeou no abdômen. A missão fracassou, mas, segundo o garçom, ainda será concluída. Adélio disse aos médicos que, ao sair da cadeia, vai matar Jair Bolsonaro e o ex-presidente Michel Temer, que “também participaria da conspiração maçônica”. Por precaução, a Justiça enviou cópias do laudo ao Palácio do Planalto. O garçom está no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS). Numa carta enviada a seus advogados, pediu para ser transferido. O lugar, segundo ele, está impregnado de “energia satânica”.

    Publicado em VEJA de 5 de junho de 2019, edição nº 2637

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