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Delação de executivos da Andrade Gutierrez aponta propina de R$ 150 milhões em Belo Monte

Executivos da empreiteira dizem ter repassado 1% do valor das obras a PT e PMDB

Por Da Redação
7 abr 2016, 19h49

A delação premiada dos executivos da Andrade Gutierrez, entre os quais o ex-presidente da empreiteira Otávio Azevedo, homologada nesta quinta-feira pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), aponta pagamento de cerca de 150 milhões de reais em propina na obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O valor é referente a um acerto de 1% sobre contratos. O dinheiro teria como destino PT, PMDB e agentes públicos ligados aos partidos.

As obras de Belo Monte foram divididas em duas etapas: o leilão de concessão para operação da usina, em 2010, e a realização das obras, em 2011. Dois consórcios disputaram o leilão da usina: o vencedor, Norte Energia, formado por Chesf, Queiroz Galvão, OAS, Mendes Jr, entre outras, e o derrotado, Belo Monte Energia, que tinha como sócios as estatais Furnas e Eletrosul, e a Andrade Gutierrez.

A Andrade Gutierrez teve papel central na formação dos consórcios que atuaram nas obras de Belo Monte. Além da empreiteira, Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão também participaram das obras. Ao todo, 10 empresas faziam parte dessa sociedade para execução dos serviços de construção da unidade. Cada empreiteira ficou responsável pelo pagamento de um percentual relativo à fatia de obras controlada por ela.

A delação de executivos da Camargo Corrêa já havia apontado propina de 1% na Usina de Belo Monte. A partir dessas revelações, a Lava Jato obteve confirmação da Andrade Gutierrez, que liderava do “consórcio da propina”. Flavio Barra, ex-executivo da Andrade, foi um dos principais interlocutores das empresas do consórcio na formação do esquema de propinas. A colaboração premiada da Andrade detalha ainda o papel do irmão do ex-ministro Antonio Palocci, Adhemar Palocci Filho, conhecido como Palocinho, no recebimento dessa propina.

Os delatores também confirmam que a empreiteira fez doações eleitorais declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que teriam ocultado valores de propina, inclusive para campanha da presidente Dilma Rousseff. Otávio Azevedo é o terceiro empreiteiro a confirmar à Lava Jato que repasses oficiais e legais para partidos e políticos serviam para lavar dinheiro desviado de obras públicas. Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, e Augusto Mendonça, do grupo Setal, já haviam confessado a prática em sua delações.

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A colaboração da Andrade Gutierrez traz ainda revelações sobre esquemas já conhecidos de corrupção nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Usina de Angra 3. Os delatores também revelaram propina em obras de estádios para a Copa do Mundo de 2014 e na Valec, a estatal das ferrovias.

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(com Estadão Conteúdo)

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