Prefeito de Belo Horizonte entre 2009 e 2016, Márcio Lacerda está em conflito aberto com o seu partido, o PSB, que não aprova a sua candidatura ao governo de Minas Gerais, registrada à revelia da direção nacional da legenda. Empresário sem grande vocação populista, Lacerda surpreendeu ao chegar no debate da Band Minas nesta quinta-feira, 16. Ele desceu do carro a alguns metros da entrada da emissora e se juntou a um grupo de apoiadores para chegar à emissora nos braços do povo.
Entre os que assistiam à cena, manifestantes e apoiadores de outros partidos que estavam sob uma leve chuva que caía na capital mineira, o clima era de surpresa com o comportamento do ex-prefeito. Tanto que um dos presentes não poupou: “Lacerdão do povo? Essa é nova”.
Enquanto isso, o atual governador, Fernando Pimentel (PT), teve dois momentos de comportamento único em relação aos demais candidatos e que o ajudaram a evitar questionamentos sobre a sua gestão no comando do estado. Ao chegar, trinta minutos atrasado, o petista evitou a entrada principal da emissora e, assim, foi o único dos concorrentes que debateram nesta quinta-feira a não conceder entrevista antes do encontro. Na saída, a mesma coisa: um grupo de manifestantes que o aguardava para críticas ficou a ver navios, quando soube que o governador e candidato do PT já havia deixado o prédio da Band.
Se o debate foi marcado por uma “batata quente” entre Pimentel e o candidato do PSDB, o ex-governador e senador Antonio Anastasia, o mesmo não se repetiu nos bastidores. Petista e tucano se acusaram de responsabilidade pela culpa da crise fiscal pela qual atravessa Minas Gerais e trocaram críticas mútuas sobre o impeachment e a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas as divergências ficaram apenas na tela da Band. Nos bastidores, Pimentel e Anastasia se trataram com muita cordialidade e educação, sem o menor clima ruim entre os dois.