Em discurso na cidade de Parnaíba (PI), onde visita para inaugurar uma escola que leva o seu nome, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) falou em “varrer” a oposição nas próximas eleições.
“Nas próximas eleições, vamos varrer essa turma vermelha no Brasil. Já que a Venezuela está bom, vamos mandar essa cambada para lá. Quem quiser ir um pouquinho mais para o Norte, vai até Cuba.”
Também para atacar a oposição, o presidente voltou a usar de suas referências escatológicas. “Vamos acabar com o cocô no Brasil”, disse, ao falar dos “corruptos” e “comunistas”.
A cidade é a segunda maior do Piauí e é administrada pelo ex-senador Mão Santa, aliado de Bolsonaro. O presidente foi recebido no aeroporto da cidade em clima de comício eleitoral.
Bolsonaro também recebeu o título de cidadão parnaibano, em uma solenidade restrita no aeroporto e participará da inauguração de uma avenida com o nome do ex-presidente João Figueiredo, o último a governar o país durante a ditadura, entre 1979 e 1985.
A unidade escolar é gerida pelo Sesc e terá padrão militar. Uma das disciplinas será educação moral e cívica, usada oficialmente no currículo durante a ditadura militar.
Embora a Lei 6.454/1977 vede a atribuição de nomes de pessoas vivas a bens públicos, a escolha do nome não viola a legislação porque o colégio é mantido por uma instituição privada.
“Como o Sesc é uma instituição privada, do Sistema S, mantida por seus patronos, ela não se baliza pelas regras do direito administrativo”, explica Mônica Sapucaia Machado, advogada e professora da Escola de Direito do Brasil (EDB).
A ida de Bolsonaro ao Piauí será a terceira ao Nordeste em um mês. Nas últimas semanas, ele participou da inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista (BA) e da primeira etapa de uma usina solar flutuante em Sobradinho, também na Bahia.
O aceno ao eleitorado nordestino ocorre após o episódio envolvendo um áudio vazado durante café da manhã com jornalistas estrangeiros, em que ele se referiu à região como “paraíba”.