Datafolha: 44% dos brasileiros acham o governo de Dilma ruim ou péssimo
Pela primeira vez, avaliação negativa do governo da presidente supera a positiva. Somente 23% da população considera seu desempenho bom ou ótimo

A popularidade de Dilma Rousseff atingiu a pior avaliação desde que ela assumiu a presidência da república, em 2011. Para 44% dos brasileiros, desempenho da presidente é ruim ou péssimo. Essa é a primeira vez em que a avaliação negativa do governo supera a positiva. Somente 23% da população considera seu desempenho bom ou ótimo. Os dados foram revelados pela pesquisa Datafolha divulgada neste sábado pelo jornal Folha de S. Paulo e realizada de 3 a 5 de fevereiro.
Trata-se de uma inversão diante da última pesquisa realizada pelo instituto, há dois meses. Em dezembro, 42% avaliaram o governo de Dilma ótimo ou bom, e 24%, ruim ou péssimo.
Capitaneada pelo escândalo do petrolão, a corrupção é apontada como o segundo maior problema do país por 21% dos entrevistados, atrás somente da saúde (26%). Para 77% das pessoas ouvidas pelo Datafolha, Dilma sabia do petrolão. Desses entrevistados, 52% disseram que a presidente foi conivente com o escândalo e 25%, que ela não poderia fazer nada para evitá-lo. Apenas 14% acreditam que Dilma desconhecia a corrupção na estatal.
Petrolão – A pesquisa é mais uma notícia ruim neste início de segundo mandato da presidente. Desde que chegou ao Palácio do Planalto, Dilma vive sua pior semana.
Na quinta-feira, em um acordo de delação premiada, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou à Justiça que o tesoureiro petista, João Vaccari Neto, recebeu até 200 milhões de dólares em propina desviados de contratos da Petrobras. Com planilhas, tabelas e percentuais de propina previamente definidos, Barusco jogou luz às atividades criminosas do arrecadador do PT, colocando em xeque a lisura das próprias contas de campanha da presidente. Vaccari é o substituto do mensaleiro Delúbio Soares e passa agora à condição de personagem central da crise que assola o PT.
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(Com reportagem de Laryssa Borges e Marcela Mattos, de Brasília)