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Críticas provam que Eduardo é ‘pessoa adequada’, diz Bolsonaro

O presidente da República voltou a defender a indicação do filho Zero Três para a embaixada nos Estados Unidos

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jul 2019, 17h33 - Publicado em 15 jul 2019, 11h54

O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a defender, nesta segunda-feira, a nomeação do filho Eduardo Bolsonaro para a embaixada nos Estados Unidos, mesmo após o anúncio ter sido criticado por aliados políticos e setores da diplomacia, além da oposição. “Por vezes temos que tomar decisões que não agradam a todos. Se está sendo criticado é sinal de que é a pessoa adequada”, disse o presidente em audiência na Câmara dos Deputados.

Apesar de Bolsonaro citar que as críticas vieram em grande parte da imprensa, a possível indicação do filho Zero Três também não foi bem recebida por pessoas próximas ao presidente, como o ideólogo Olavo de Carvalho. Em vídeo publicado no sábado, Olavo disse que a medida representaria um “retrocesso” e a “destruição da carreira” do parlamentar. Segundo ele, Eduardo seria muito mais útil na Câmara numa investigação contra o Foro de São Paulo do que sendo um “funcionário diplomático em Washington”. Olavo mora hoje nos Estados Unidos e foi um dos responsáveis, junto com Eduardo Bolsonaro, pela indicação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

A sessão na Câmara era dedicada a homenagear o Comando de Operações Especiais do Exército e estava repleta de aliados do governo, que aplaudiram a fala do presidente. Na primeira oportunidade em que pisa no Congresso após a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno, Bolsonaro relembrou o tempo em que fazia parte do baixo clero e comparecia diariamente ao plenário da Câmara seu “teatro de operações”, segundo suas palavras. “O Brasil precisa de uma quimioterapia para que ele não pereça. Alguns poucos reagem, mas serão convencidos pelo povo e pela maioria dessa Casa”, afirmou o presidente.

A indicação de Eduardo foi anunciada por Bolsonaro na última quinta-feira, um dia depois de o deputado completar 35 anos, idade mínima exigida para assumir uma embaixada. A ideia, no entanto, já era aventada desde março, quando o filho acompanhou o pai no encontro com o presidente americano Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca.

Indicação ao STF

Após o discurso, Bolsonaro cumprimentou ainda na tribuna os ministros de seu governo, militares amigos e parlamentares aliados presentes à audiência. Na hora de anunciar o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, disse que ele é “terrivelmente evangélico”, dando a entender que pode nomeá-lo para o Supremo Tribunal Federal (STF) quando o ministro Celso de Mello se aposentar, em 2020. Na última quarta-feira, em culto promovido pela Frente Parlamentar Evangélica, Bolsonaro anunciou que indicará para o Supremo uma pessoa que seja “terrivelmente evangélica”.

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