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Crise preocupa bancada do PSL sobre apoio ao governo na Câmara

Reações de parlamentares mostram sigla dividida; integrantes da administração temem que Gustavo Bebianno deixe o governo "atirando"

Por Da Redação 14 fev 2019, 09h50
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  • A crise provocada por uma sucessão de brigas no governo de Jair Bolsonaro acendeu no PSL, partido do presidente, um alerta para evitar que o tiroteio contamine votações no Congresso, principalmente a reforma da Previdência. As reações, porém, mostram que a sigla continua dividida e o governo, bastante fragilizado.

    Pivô da mais recente crise envolvendo o núcleo do governo e os filhos do presidente, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou que não pretende deixar o cargo. O ministro confidenciou a amigos próximos que, se o presidente Jair Bolsonaro quiser que ele saia terá de demiti-lo.

    Bebianno foi acusado pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do presidente, de mentir sobre ter conversado com Bolsonaro. A versão do ministro foi dada ao jornal O Globo para negar que esteja desgastado no governo por denúncias de que o PSL destinou recursos do fundo partidário – dinheiro público – a candidaturas laranjas de mulheres.

    A preocupação no governo – de militares a civis – é a de que Bebianno deixe o cargo “atirando”. Auxiliares do presidente lembram que o chefe da Secretaria-Geral foi o principal coordenador da campanha de Bolsonaro e o responsável por tornar viável a entrada dele no PSL. 

     

     

    Base governista

    Enquanto a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmava que não pode haver um “puxadinho” da família do presidente com o Palácio do Planalto, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), defendia a divulgação das divergências pelas redes sociais. “Aqui todo mundo fala as coisas na lata”, argumentou ele, tentando mostrar que o PSL vai imprimir um “novo estilo” na política. “Não fazemos acordos às escondidas, como era antes.”

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    Para Joice, porém, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, abalou o governo do próprio pai ao fazer acusações contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. “É uma coisa de louco. É inimaginável uma coisa dessas. Tem que ter separação. Casa do presidente é uma coisa, palácio é outra. O Palácio (do Planalto) não pode invadir a casa do presidente. Não pode ter puxadinho”, criticou ela.

    Na avaliação da deputada, os rumores de que irregularidades em candidaturas do PSL poderiam provocar a queda de Bebianno — ex-presidente do partido — não apenas expõem o ministro como todo o governo. “Quem pode fazer crítica pública é o próprio presidente da República”, insistiu Joice.

    O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), se recusou a comentar acusações envolvendo candidaturas do partido. Bebianno e ele protagonizam uma disputa de bastidores mas, em público, não demonstram as desavenças. “Bebianno sempre foi correto na administração do PSL e não me consta que à frente do ministério tenha ocorrido qualquer problema”, amenizou Bivar.

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    Depois de muitas conversas políticas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, foi orientado a não esticar a polêmica. “Eu prefiro me resguardar no silêncio.”

    Na tribuna da Câmara, porém, o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) lembrou casos de corrupção no PT para dizer que em seu partido o tratamento será diferente. “Seja quem for,  ministro, secretário ou deputado, laranja podre aqui vai pagar. Ao contrário do PT, nós não passamos a mão na cabeça de bandido.”

    (com Estadão Conteúdo)

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