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Corrupção é ‘modelo de negócio’ na Andrade Gutierrez, diz MP

Procuradores da Lava Jato dizem que presidente da construtora e executivos cometiam crimes "de modo profissional"

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 jul 2015, 16h17
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  • Ao embasar os pedidos de prisão da 16ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, o Ministério Público Federal disse que a construtora Andrade Gutierrez utiliza práticas de corrupção e pagamento de propina como um verdadeiro “modelo de negócio”. De acordo com os procuradores, a construtora, cuja cúpula foi presa em junho na 14ª etapa das investigações, tem executivos que cometem crimes “de modo profissional”. Nesta categoria, o MP elenca, por exemplo, o presidente da companhia, Otávio Marques de Azevedo. Nesta fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, os procuradores chegaram a pedir uma nova prisão preventiva de Azevedo, detido há mais de um mês em Curitiba. Foram presos nesta manhã o presidente da AG Energia Flávio David Barra e o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Pinheiro Silva.

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    “A Andrade Gutierrez utilizava o pagamento de propinas como modelo de negócio, e Flavio David Barra e Otávio Marques de Azevedo eram responsáveis por, em nome da empreiteira, praticar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro”, diz a acusação. “Mesmo depois de revelada a Operação Lava Jato, inclusive com a prisão de diversos empreiteiros em novembro de 2014, a Andrade Gutierrez continuou com a sistemática de pagar vantagens indevidas em contratos públicos. O presidente Otávio Marques, que poderia fazer cessar a conduta à época nada fez, e permitiu que o ‘modelo de negócio’ de sempre continuasse intacto”, completa.

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    A prisão de Barra e Othon nesta terça-feira foi motivada, entre outros pontos, pelos depoimentos de delação premiada do executivo Dalton Avancini, que integrava os quadros da construtora Camargo Correa e concordou, em acordo de delação premiada, em detalhar o bilionário esquema de corrupção na Petrobras e em estatais. Além de apontar para o pagamento de propina em Angra 3, Avancini disse que cabia a Flavio Barra discutir a distribuição de vantagens indevidas, em nome da Andrade, nas obras da hidrelétrica de Belo Monte. “As propinas repassadas pelos dirigentes da Andrade Gutierrez para o investigado Othon Luiz tinham concordância do seu principal gestor, no caso, Otávio Marques, presidente do grupo desde 2007”, afirma o Ministério Público.

    Para reforçar a participação do presidente da AG no esquema de pagamento de propina, os procuradores elencam também os encontros entre o executivo e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para a negociação de repasses de dinheiro aos cofres petistas. Flávio David Barra, preso nesta terça, se encontrou dezessete vezes com Vaccari entre julho de 2012 e maio de 2013. Otávio Marques de Azevedo se reuniu com o petista por 27 vezes entre novembro de 2007 e julho de 2014. Vaccari é réu em dois processos da Lava Jato por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

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