Coronel da Aeronáutica é escolhido como diretor interino do Inpe
Darcton Policarpo Damião foi o indicado do ministro Marcos Pontes para o órgão que monitora o desmatamento; substituto efetivo sairá de uma lista tríplice
O coronel aviador da Aeronáutica Darcton Policarpo Damião foi indicado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, como diretor interino do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável por monitorar os níveis de desmatamento no país. Damião fica no cargo até Pontes decidir quem substituirá de forma efetiva o ex-diretor Ricardo Galvão, exonerado do cargo após criticar publicamente o presidente Jair Bolsonaro.
O novo diretor sairá de uma lista tríplice que será entregue ao ministro da Ciência e Tecnologia. A escolha, segundo o titular da pasta, será estritamente técnica. Uma comissão será formada para indicar os três nomes que serão avaliados por Pontes.
Damião é doutor em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília (UNB). Na ocasião, o militar da reserva defendeu uma tese que versa sobre o uso de técnicas de análise para acompanhar o desmatamento na Amazônia. Ele é formado em ciências aeronáuticas pela Academia da Força Aérea Brasileira e fez mestrado em sensoriamento remoto no próprio Inpe.
O militar assume o instituto após Bolsonaro criticar a divulgação de dados que mostravam que, em junho, houve aumento de 88% nos índices de desmatamento da Amazônia em relação ao mesmo mês em 2018. O presidente afirmou que os números eram “mentirosos” e que o ex-diretor Ricardo Galvão estava “a serviço de alguma ONG”.
Galvão rebateu as declarações de Bolsonaro e classificou a atitude do presidente como “pusilânime e covarde”. Ele foi exonerado do cargo na última sexta-feira, 2.
Bolsonaro fez novas críticas a Galvão durante viagem a Sobradinho, na Bahia, nesta segunda, 5. “A Amazônia é um potencial incalculável. Por isso, alguns maus brasileiros ousam fazer campanha com números mentirosos contra nossa Amazônia. E nós temos que vencer isso e mostrar para o mundo, primeiro, que o governo mudou e, depois, que nós temos responsabilidade para mantê-la nossa, sem abrir mão de explorá-la de forma sustentável”, disse.