O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou por 233 votos contra 170, na noite da quarta-feira 5, o afastamento do deputado federal Wilson Santiago (PTB-PB). Acusado de corrupção, ele estava afastado do Parlamento desde dezembro por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.
Apenas quatro siglas orientaram contra a derrubada da decisão do STF: PSL, PSOL, Cidadania e Novo. Orientaram por reverter a determinação as siglas PP, MDB, PTB, PT, PL, Republicanos, PDT, DEM e Solidariedade. Cinco partidos liberaram as suas bancadas: PSD, PSB, Podemos, PSC e PV. Não há registro da orientação do PSDB.
Nem todos os parlamentares, porém, obedeceram as recomendações de suas legendas na votação. Confira aqui, no site da Câmara, a relação com todos os votos.
Wilson Santiago é um dos investigados da operação Pés de Barro, da Polícia Federal (PF), que apura superfaturamento em obras da adutora Capivara, no interior da Paraíba. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o caso envolve crimes de peculato, lavagem de dinheiro, fraude licitatória e formação de organização criminosa.
Segundo a PF, as obras, contratadas por 24,8 milhões de reais, geraram propinas no valor de 1,2 milhão de reais. Na mesma operação também foi preso o prefeito da cidade paraibana de Uiraúna, João Bosco Nonato Fernandes (PSDB).
O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), relator do caso, apresentou um parecer contra o afastamento de Santiago. Para manter o afastamento do parlamentar e rejeitar o relatório de Ramos, eram necessários 257 votos. No final da votação, apenas 170 parlamentares votaram pelo afastamento – outros 233 decidiram pela que Wilson Santiago pode retornar às suas funções parlamentares. Houve 101 ausentes, 7 abstenções e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) não votou.