O general Eduardo Villas Boas, comandante do Exército, aproveitou a sua fala na cerimônia de comemoração do Dia do Exército para fazer um discurso cheio de recados políticos. Ele alfinetou a classe política ao falar de “incontáveis escândalos de corrupção”, “aguda crise moral” e “ausência de disciplina social”, mas avisou que “não há atalhos fora da Constituição.”
Em seu discurso, Villas Boas citou também o “colapso da segurança pública”, a “ineficiência que nos retarda” e “uma irresponsável aversão ao exercício da autoridade”, como fatores que “oferecem campo fértil ao comportamento transgressor e à intolerância desagregadora”. No evento, o Exército condecorou com a Ordem do Mérito Militar o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, e o presidente Michel Temer (PMDB), que estavam no evento.
O general ponderou ainda que este momento “tão grave não pode não pode servir a disputas paralisantes”. “Pelo contrário, ele exige do povo e de suas lideranças, a união de propósitos que nos catalise o esforço de regeneração, para restabelecer a esperança e a confiança que nos permita identificar nossos objetivos comuns e reconstruir, a partir daí, o sentido de projeto de nação que nos legaram os heróis de Guararapes.”, concluiu.
Homenagem
A Ordem do Mérito Militar é destinada a premiar militares que tenham prestado “notáveis serviços ao país”, bem como civis e militares brasileiros ou estrangeiros que tenham prestado “relevantes serviços” ao Exército, a organizações militares ou a instituições civis que tenham se tornado “credoras de homenagem especial”.
Além de Moro e Temer, o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Superior Tribunal Militar (STM), além de parlamentares, receberam a homenagem nesta quarta-feira. O Dia do Exército é comemorado em 19 de abril por conta da Batalha de Guararapes, confronto contra a presença holandesa em Pernambuco que ocorreu em 1648.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)