Ciro desafia Bolsonaro a ir a debate: ‘Atestado médico falso é crime’
Participação do candidato do PSL no último encontro entre os presidenciáveis foi vetada por orientação médica
O candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, desafiou seu adversário Jair Bolsonaro, do PSL, a comparecer ao último debate entre presidenciáveis, que será promovido pela Rede Globo na quinta-feira (4). A participação do deputado fluminense, alvo de um atentado durante ato de campanha em 6 de setembro, foi vetada pela sua equipe médica.
“Você não pode deixar de ir ao debate, você está mentindo, e atestado médico falso é crime. Vá ao debate da Globo que eu vou mostrar que você é uma cédula de ‘três real (sic)'”, afirmou Ciro antes de encontro com sua militância na sede do PDT em São Paulo. O pedetista atacou Bolsonaro após ser perguntado sobre se acreditava nos resultados das urnas eletrônicas. “É claro, senão eu não era candidato.”
“Um camarada que é 28 anos deputado federal do Rio de Janeiro, epicentro da ladroeira, onde o governador está preso, o presidente da Assembleia preso, do Tribunal de Contas preso, e ele é aliado a essa gente fazendo discurso de decência, vem fazer papo furado, de que a urna eletrônica não tem decência? Que é isso? Mais respeito, Bolsonaro”, criticou Ciro.
Ao comentar as recentes manifestações contra Bolsonaro e a alta que seu adversário apresentou nas últimas pesquisas de intenções de votos, o pedetista avaliou que a eleição ainda está “completamente aberta”.
Ciro fez um apelo para que os eleitores deixem de lado a simples rejeição ao candidato do PSL para abraçar uma candidatura na qual realmente acreditem e fez uma avaliação do protesto contra Bolsonaro, liderado por mulheres, no último sábado. “Eu mesmo estava junto, mas depois eu percebi, e isso é da política: quando nós demos a ideia de que o ‘ele não’ fosse nossa guia, nós acabamos trazendo uma polarização que não ajudou a nossa causa”, avaliou.
Perguntado sobre a possibilidade de estar no segundo turno, Ciro se disse honrado com a ideia de que possa ser “o estuário de todos” e pediu a atenção dos eleitores indecisos ou daqueles que tenham escolhido seu voto apenas por rejeição aos outros candidatos. “Estou tentando criar um campo novo, na medida em que eu acho que o PT criou o Bolsonaro, e o Bolsonaro criou o PT”, disse. “Vamos supor que os dois vão ao 2º turno, aquele que ganhar racha o país e pega metade do país em rejeição.”
(com Reuters)