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Cinco pontos para entender a longa carta de Lula aos evangélicos

Em manifesto, ex-presidente defende liberdade religiosa, enumera as políticas de seus governos para as igrejas e pede atenção com a divulgação de mentiras

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 out 2022, 14h37 - Publicado em 19 out 2022, 12h14

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nesta quarta-feira, 19, uma longa carta aos evangélicos, na qual se compromete com a liberdade religiosa, diz que seu governo foi positivo para a expansão das igrejas, defende políticas sociais que priorizam as famílias e a população mais necessitada e pede atenção à divulgação de fake news e às tentativas de exploração eleitoral do uso da fé.

Veja cinco pontos fundamentais da carta de Lula:

1. Defesa de seu governo

No documento, Lula enumera iniciativas de seus dois mandatos, que, segundo ele, fortaleceram a liberdade religiosa e a atividade das igrejas. Ele destacou a reforma do Código Civil que assegurou a liberdade religiosa no Brasil e o decreto que criou o dia dedicado à Marcha para Jesus e o Dia Nacional dos Evangélicos.

2. Políticas sociais

O petista dispensou um longo trecho da carta às políticas sociais, que, segundo ele, atendem aos anseios de parte expressiva da população, a mais carente, e vai ao encontro da pregação cristã. “O nosso povo sabe também que cuidei, com especial carinho, dos mais pobres e injustiçados e assim, sob as bênçãos de Deus, meu governo contribuiu para melhorar a vida de milhões de famílias brasileiras. Sempre penso, neste sentido, no trecho bíblico que diz: ‘A verdadeira religião é cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades… (Tiago, 1,27)'”, diz a carta. Durante o anúncio do documento, Lula ainda sinalizou sobre o papel que as igrejas terão, em seu eventual governo, em programas sociais. “Vocês têm um papel extraordinário e importante. E uma das coisas que eu quero governar é porque a gente tem muita coisa pra fazer. Sobretudo as políticas sociais que o governo faz, pode ser feito também pelas igrejas”, declarou.

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3. Fake news

Outro ponto de destaque foram os alertas contra fake news de cunho religioso que vêm circulando na campanha eleitoral. “Vivemos, entretanto, um período em que mentiras passaram a ser usadas intensamente com o objetivo de provocar medo nas pessoas de boa-fé, e afastá-las do apoio a uma candidatura que justamente mais as defende”, afirma.

Lula disse que, diante de mentiras, como a de que fecharia igrejas, precisa lembrar como foi a atuação de seu governo. “Por isso senti a necessidade de reafirmar meu compromisso com a liberdade de culto e de religião em nosso país. Todos sabem que nunca houve qualquer risco ao funcionamento das igrejas enquanto fui presidente. Pelo contrário! Com a prosperidade que ajudamos a construir, foi no nosso governo que as igrejas mais cresceram, principalmente as evangélicas, sem qualquer impedimento e até tiveram condições de enviar missionários para outros países”, afirmou.

4. Uso político da fé

Lula disse que um eventual novo governo seu não irá usar a fé para fins políticos e defendeu a separação entre Estado e Igreja. “Em meio a este triste escândalo do uso da fé para fins eleitorais, assumo com vocês este compromisso: meu governo jamais vai usar símbolos de sua fé para fins político-partidários, respeitando as leis e as tradições que separam o Estado da Igreja, para que não haja interferência política na prática da fé”, diz a carta. “A tentativa de uso político da fé para dividir os brasileiros não ajuda ninguém, nem ao Estado, nem às igrejas, porque afasta as pessoas da mensagem do Evangelho”, completou.

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5. Defesa da família

Lula também apelou a temas morais que têm forte trânsito no eleitorado, como a defesa das famílias e o combate às drogas. “Outro compromisso que assumo: fortalecer as famílias para que os nossos jovens sejam mantidos longe das drogas. Nós queremos nossa juventude na escola, na iniciação profissional, realizando atividades esportivas e culturais para que tenham mais oportunidades e exerçam cidadania de forma produtiva, saudável e plena”, disse. “O respeito à família sempre foi um valor central na minha vida, que se reflete no profundo amor que dedico à minha esposa, aos meus filhos e netos. Por isso compreendo o lugar central que a família ocupa na fé cristã”, completou.

Também defendeu que as escolas respeitem “os valores das famílias” e reafirmou que é pessoalmente contra o aborto. “Nosso projeto de governo tem compromisso com a vida plena em todas as suas fases. Para mim a vida é sagrada, obra das mãos do Criador, e meu compromisso sempre foi e será com sua proteção. Sou pessoalmente contra o aborto e lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo presidente da República, e sim pelo Congresso Nacional”, escreveu.

E voltou a citar a questão social. “A preocupação com as famílias brasileiras deve ser integral. O povo brasileiro está numa condição de desespero, e precisaremos muito da ajuda das igrejas para, o quanto antes, reverter esta situação. De nada adianta se dizer defensor da família e ao mesmo tempo destruí-las pela miséria, pelo desemprego, pelo corte das políticas sociais e de moradia popular”, diz outro trecho da carta.

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