Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Centrão elaborou ‘listão’ para escolher sucessor de Vitor Hugo

Com cada vez mais espaço no governo, grupo comemorava, desde julho, a decisão de Bolsonaro de destituir seu aliado

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 ago 2020, 16h13
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A derrubada de Vitor Hugo da liderança do governo, confirmada nesta quarta-feira (12), não pegou a classe política de surpresa. Desde o final de julho, caciques do chamado centrão comemoravam mais um avanço do grupo multipartidário dentro da gestão de Jair Bolsonaro. Nos bastidores, lideranças do bloco falavam que o presidente da República já havia enviado o recado de que estava decidido a tirar seu braço-direito do posto e entregar o cargo a eles – faltava apenas negociar a saída com o major do Exército.

    Diante do sinal verde do Planalto para mais um gesto de aproximação, uma espécie de lista de indicados foi construída para discutir quem ocuparia a importante cadeira de líder da Câmara. O deputado Arthur Lira (PP-AL), que havia assumido informalmente o posto, cogitou oficializar sua função no cargo, mas considerou melhor manter distância da liderança e focar em sua candidatura à Presidência da Câmara em 2021.

    Lira, então, levou uma lista de nomes para o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, definir quem seria o deputado que o grupo indicaria. Entre as opções constavam parlamentares de outros partidos, como o deputado Hugo Motta, do Republicanos, e Isnaldo Bulhões, do MDB. Os dois já haviam embarcado na coalizão de Bolsonaro e dado sinais de apoio ao governo. Além disso, são nordestinos, terreno em que o presidente elegeu como meta para conquistar novos apoiadores.

    Nogueira, porém, acabou encaminhando ao Planalto uma sugestão caseira. Ricardo Barros (PP-PR) é um parlamentar distante dos holofotes e famoso por sua atuação de bastidor, com trânsito entre os principais caciques partidários. Ex-ministro da Saúde, o paranaense é visto como uma solução para melhorar a condução política no Congresso. “O governo mudou, não é mesmo. E, da mesma maneira, a articulação política tinha de mudar”, afirma um deputado que acompanhou a escolha. Aliados de Ricardo Barros sonham que a jornada dele na liderança sirva como um trampolim para que ele volte a comandar o Ministério da Saúde após a saída do interino Eduardo Pazuello, o que pode acontecer quando a pandemia do coronavírus der sinal de arrefecimento.

    A troca na liderança do governo representa mais um passo do distanciamento de Bolsonaro de seu núcleo duro e o abraço ao centrão, que cada vez conquista mais espaço no governo e tem como próxima meta assumir a presidência da Câmara.

    Continua após a publicidade

    A entrada de Barros, na avaliação do centrão, representa o fim do amadorismo na condução política do governo. “O Vitor Hugo não existia, não entendia de nada”, afirma um parlamentar do grupo. A crítica ocorre em via de mão dupla. O major do Exército assumiu a liderança com a missão dada pelo próprio presidente de não criar uma base política, o que agradava ao deputado, refratário principalmente ao centrão.

    “Hoje em dia, para ser um líder forte, você tem que ser fisiológico. E eu não quero ser. Não quero ser identificado como o líder do centrão”, costumava repetir, quando essa atribuição ainda era um mérito para o governo. Mas isso ficou no passado.

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.