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Caso Queiroz é prioritário para Bolsonaro desde antes de sua posse

Presidente se distanciou do ex-assessor publicamente, mas traçou estratégias no campo jurídico e político para o escândalo não prejudicar o seu mandato

Por Daniel Pereira, Adriana Dias Lopes e Fernando Molica
30 ago 2019, 21h27
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  • Em público, o presidente Jair Bolsonaro procurou se distanciar de Fabrício Queiroz, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) envolvido no escândalo da movimentação suspeita de 1,2 milhão de reais (600.000 entrando e 600.000 saindo) em sua conta na época em que trabalhava para o Zero Um. Tal distanciamento, no entanto, está mais no terreno da retórica. Foi do entorno de Bolsonaro a ideia de levar Queiroz para uma entrevista no SBT, no dia 26 de dezembro, para falar sobre o relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e tentar explicar a origem do dinheiro. O ex-assessor não convenceu ninguém na entrevista, e o presidente, em sintonia com essa percepção, chamou o velho amigo de “roleiro”, em manifestação pública.

    De natureza delicada, o caso Queiroz é prioritário para Bolsonaro desde antes de sua posse no Palácio do Planalto. O presidente eleito avaliava que, enquanto a investigação continuasse, ela pairaria como uma sombra sobre o seu mandato, pondo em xeque o discurso de combate à corrupção e atrapalhando a tramitação de projetos considerados prioritários, como a reforma da Previdência. Por isso, o plano de Bolsonaro sempre foi vencer a batalha em duas frentes. No campo jurídico, impedir a condenação de Flávio, acusado de reter e embolsar parte dos salários dos funcionários de seu gabinete quando era deputado estadual no Rio. Na seara política, evitar que a investigação seja usada para desgastar o governo.

    O desaparecimento do ex-assessor nos últimos meses fez da pergunta “Cadê o Queiroz?” um bordão popular nas redes sociais e entre políticos da oposição sempre que querem cutucar o presidente. “Cabe a ele explicar. Eu também quero saber onde está o Queiroz”, diz Flávio Bolsonaro, ao ser perguntado sobre o tema. VEJA o encontrou no Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no Morumbi (zona sul da cidade), mesmo bairro onde ele mora. Queiroz faz tratamento contra um câncer de intestino. No local são oferecidos consultas e serviços como quimioterapia e radioterapia.

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