Filho do presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi ao Twitter depois da deflagração da operação da Polícia Federal que cumpre 29 mandados de busca em endereços ligados a parlamentares e blogueiros bolsonaristas, na manhã desta quarta-feira, 27.
Carlos se referiu ao inquérito que apura fake news no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, como “inconstitucional, político e ideológico sobre o pretexto de uma palavra politicamente correta”.
A investigação é criticada por bolsonaristas por ter sido aberta de ofício pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, isto é, por iniciativa própria, sem participação da Procuradoria-Geral da República (PGR), e Moraes ter sido indicado como relator sem ter havido sorteio do processo, como ocorre normalmente no STF.
O filho Zero Dois de Bolsonaro tem influência sobre o chamado “gabinete do ódio”, estrutura que funciona dentro do Palácio do Planalto e atua nas redes sociais para atacar adversários do presidente, incluindo ministros do STF e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O vereador carioca, no entanto, não está entre os alvos da operação deflagrada hoje, que mira os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Luiz Phelippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), Junio Amaral(PSL-MG), Daniel Silveira (PSL-RJ) e Filipe Barros (PSL-PR) e os deputados estaduais de São Paulo Gil Diniz (PSL) e Douglas Garcia (PSL). O ex-deputado Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang, dono da rede Havan, e o blogueiro Allan dos Santos, todos aliados de Bolsonaro, também são alvos da PF.
VEJA revelou que investigações do inquérito das fake news sobre Carlos foram um dos fatores que levaram ao pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Interlocutores de Moro afirmam que Jair Bolsonaro exigiu que a Polícia Federal e o então ministro dessem um jeito de segurar uma apuração que aponta para a participação do vereador no esquema de ataques virtuais.