Campanha de Doria aposta em virada em agosto
Expectativa é que Bolsonaro e Lula desidratem e surja uma onda que leve o tucano ao segundo turno
A equipe da campanha presidencial de João Doria (PSDB) trabalha com a perspectiva de o candidato subir nas pesquisas a partir de julho, pouco mais de dois meses antes da eleição. A virada se daria em agosto — a campanha de fato começa no dia 16 —, depois de Doria se apresentar ao eleitor e conseguir reduzir a rejeição em relação a seu nome. O ex-governador de São Paulo enfrenta alto nível de rejeição e baixa intenção de votos, segundo as pesquisas eleitorais.
A estratégia é focar em duas frentes. A primeira visa apresentar os resultados na administração paulista: comparar o PIB do estado com o do Brasil, mostrar programas para combater desmatamento e estimular o reflorestamento, e explorar os indicadores de segurança pública.
O outro enfoque da equipe tem como objetivo humanizar o candidato — Doria vira apenas “o João”. Os levantamentos internos do grupo de trabalho mostram que a maior parte da população não conhece a história de vida do político que teve uma infância pobre, com o pai exilado durante a ditadura e a mãe educando os filhos sozinha; a orfandade e as dificuldades que ele enfrentou até conseguir se tornar um empresário de sucesso.
O núcleo da campanha de Doria avalia que ele sofre preconceito de diferentes grupos da população e que pode desmistificar isso com as inserções na TV e ações em redes sociais.
A aposta é que, ao longo dos próximos meses, Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) tendem a desidratar enquanto Doria pode crescer e criar uma onda nas semanas anteriores ao pleito de 2 de outubro que o levará para o segundo turno contra um dos líderes nas pesquisas.