O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou neste sábado, 4, áreas de Santa Catarina afetadas pelo ciclone bomba que atingiu a região Sul do Brasil na última terça-feira 30. Acompanhado pela vice-governadora Daniela Reinehr, por membros da equipe de governo e por parlamentares, o presidente usou um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) para verificar, do alto, os estragos na Grande Florianópolis, umas das regiões onde o fenômeno climática causou mortes e prejuízos econômicos.
Após o sobrevoo de cerca de 40 minutos, Bolsonaro se reuniu rapidamente com as autoridades locais. O presidente disse que o governo federal vai se colocar à disposição de prefeitos e do governador da região para ajudar na recuperação. Afirmou ainda que o governo tem “dificuldades” para superar a crise atual porque passou a trabalhar de forma diferente de anteriores.
Ao comentar sobre danos causados pelo ciclone, Bolsonaro disse que o governo está trabalhando “mais agora, de forma mais integrada”. O fenômeno deixou nove mortes em Santa Catarina e uma pessoa segue desaparecida no estado. Já no Rio Grande do Sul, um homem morreu soterrado.
A vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, comentou que, além de priorizar a ajuda humanitária – “que é o mais urgente” – e a reconstrução dos danos à infraestrutura, o governo catarinense está bastante preocupado com os prejuízos causados à produção agrícola e à interrupção de serviços essenciais, como o fornecimento de energia elétrica.
Em sua visita, Jair Bolsonaro falou ainda sobre a pandemia e voltou a defender o uso da hidroxicloroquina como tratamento da Covid-19, a doença causada pelo coronavírus, dizendo que cada vez mais no Brasil e no mundo o uso “precoce” do medicamento tem surtido efeito.
“Então nós apelamos àqueles que ainda resistem a esse protocolo, que é algo oficial, que realmente entendam que a única prevenção no momento, o único tratamento que temos é a hidroxicloroquina enquanto não chega a vacina”, disse, adicionando que o Brasil se aliou “muito bem” à Inglaterra e a outros países na busca pela vacina.
“Então o governo federal continua trabalhando incessantemente para minorar o sofrimento, não só físico, evitando mortes, e também evitando que o desemprego assole o nosso país.”
Na sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o novo teste para potencial vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac. O Brasil é segundo país no mundo com mais casos oficiais de Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. Na véspera, o Ministério da Saúde divulgou 42.223 novas infecções diárias pelo novo coronavírus, o que elevou o total a 1.539.081. A pasta relatou ainda 1.290 novas mortes pelo vírus, com o total indo a 63.174.
“Dificuldades”
Comentando sobre o setor de turismo, um dos mais afetados pela crise atual, Bolsonaro disse que “enquanto essa pandemia não for dissipada, não temos boas notícias para o turismo”. “Mas tão logo nós fiquemos livres dela, pode ter certeza que esse trabalho (no turismo), que continua no momento, chegará mais forte para que o Brasil mostre ao mundo o seu potencial, que é enorme nessa área.”
Segundo Bolsonaro, o governo respeita a liberdade de expressão, chamada por ele de “um dos pilares da democracia”, a Constituição “acima de tudo” e também os Poderes.
“Agora, temos dificuldades, sim, porque o governo passou a trabalhar de forma diferente de anteriores”, afirmou, sem detalhar. “Nós temos um grupo de 23 ministros, todos técnicos, que trabalham realmente com o coração para que o Brasil ocupe o lugar de destaque que ele merece, tendo em vista o seu grande potencial que existe.”
(Com Reuters e Agência Brasil)