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Bolsonaro não comenta caso de ministro do Turismo e encerra entrevista

'Tá ok, obrigado', disse o presidente ao ser questionado sobre permanência de Marcelo Álvaro Antônio, denunciado no caso das candidaturas laranjas do PSL

Por Da Redação 7 out 2019, 20h56
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  • O presidente Jair Bolsonaro voltou a evitar comentar o caso do ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, investigado pelo esquema de supostas candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais nas eleições de 2018. À época, Álvaro Antônio presidia a sigla no estado.

    Nesta segunda-feira, 7, ao sair do Ministério da Defesa, Bolsonaro conversava com jornalistas sobre o monitoramento feito pelo governo sobre as áreas atingidas por vazamento de óleo no Nordeste, quando foi questionado sobre a permanência de Marcelo Álvaro Antônio à frente do ministério. “Tá ok, obrigado”, disse Bolsonaro.

    Álvaro Antônio foi denunciado na sexta-feira 4 pela Procuradoria e também foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito da Operação Sufrágio Ostentação por falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita. De acordo com as investigações, o ministro, então candidato a deputado federal, articulou um esquema de lançamento de candidaturas femininas sem a intenção de elegê-las, apenas para acessar recursos do fundo eleitoral.

    Também na sexta-feira, ao chegar ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro se negou a comentar o caso do ministro, e atacou a imprensa. “Sem comentários”, disse três vezes. “Não tem coisas boas para perguntar? ‘Ralo’ o dia todo e não tem uma coisa boa para perguntar?”, acrescentou.

    Reportagem do jornal Folha de S. Paulo do domingo 6 cita o depoimento de Haissander Souza de Paula, ex-assessor do ministro do Turismo, à Polícia Federal (PF), e a apreensão de uma planilha que sugerem que a verba do esquema de supostas candidatas laranjas foi desviado, via caixa dois, para financiar as campanhas do presidente Jair Bolsonaro e de Álvaro Antônio.

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    Nesta planilha, há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro à Presidência com a expressão “out”, o que pode significar pagamento por fora.

    Também no domingo, Bolsonaro afirmou, em sua conta oficial no Twitter, que não usou dinheiro do fundo partidário e que arrecadou “na internet” 4 milhões de reais, tendo usado apenas metade. O presidente disse, ainda, que a reportagem, baseada em “mentiras”, desceu “às profundezas do esgoto”.

    ‘Quem não deve, não teme’

    Nesta segunda-feira, 7, o ministro Marcelo Álvaro disse, em entrevista à Rádio Itatiaia, que não pretende se afastar do cargo e que tem a “consciência tranquila”. “Quem não deve, não teme”, afirmou. Ele também comentou sobre a possibilidade de a Polícia Federal uma nova investigação, para apurar se houve crime de caixa dois. “Por que me afastaria, se tenho a consciência tranquila? Não vejo problema nenhum, caso abra essa segunda investigação para caixa dois. Sempre zelei por observar as regras da lei eleitoral. Portanto, estou absolutamente tranquilo em relação a esses fatos”, disse.

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    Álvaro Antônio afirmou, também, que, “se houve algum delito” na campanha, “não passou pela executiva estadual” – ele era presidente do PSL em Minas Gerais. “Não passou pela executiva estadual. Portanto, na minha opinião, deve-se identificar. Se houve algum delito por qualquer um por parte do partido, que se identifique e puna-se individualmente”, disse.

    (Com Estadão Conteúdo)

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