Atos contra a postura do governo de Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus levaram milhares de pessoas às ruas de capitais brasileiras neste sábado, 29. A maior manifestação ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo, e contou com a presença de Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da Frente Povo Sem Medo.
A VEJA, Boulos defendeu a realização do protesto, que promoveu enorme aglomeração na capital paulista. “Viemos aqui hoje para dizer que já basta, que o governo Bolsonaro é mais perigoso do que o vírus”, afirmou o ex-candidato a prefeitura da cidade pelo Psol. “Isso forçou milhares de pessoas no Brasil inteiro para dizer que não vamos observar passivamente nosso povo morrer de vírus e de fome até 2022”.
Mais cedo, nas redes sociais, Boulos avisou que compareceria ao protesto. “Estamos nas ruas em defesa da vida. O Brasil é governado pela morte. É a maior encruzilhada da nossa geração”. Em palanque montado na avenida, Boulos pediu um minuto de aplausos às mais de 459.000 vítimas fatais da Covid-19.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, também participou da manifestação. “Ninguém está errado, nem quem veio, e nem quem preferiu ficar em casa. O único errado nessa história é o Bolsonaro”, discursou Gleisi. Alem de críticas e pedidos de impeachment para Bolsonaro, o ato defendeu a retomada do auxílio emergencial.
Assim como ocorreu em ao menos 22 capitais brasileiras, os manifestantes foram às ruas utilizando máscaras e com faixas e bonecos em alusão a Bolsonaro e também ao ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello. O policiamento na Paulista foi reforçado e não foram registrados incidentes. Durante a tarde, manifestação chegou a ocupar dez quarteirões da avenida.
A convocação e a organização dos atos de hoje ficaram a cargo de entidades como Frentes Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular, o Povo na Rua, acompanhadas do Fórum pelos Direitos & Liberdades Democráticas. Havia diversas bandeiras de partidos de esquerda (PT, PSOL, PCdoB e PSTU), e de movimentos estudantis e sindicalistas. Organizações trabalhistas como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também marcaram presença.