Como sinalizado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) na terça-feira 6, o general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira confirmou na manhã desta quarta-feira ,7, que terá um posto diferente do que havia sido previsto no próximo governo. Heleno não vai mais ser ministro da Defesa, mas, sim, assumir o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Nome de confiança de Bolsonaro, o general Heleno passará a ocupar uma função ainda mais próxima do futuro presidente da República, despachando diretamente no Palácio do Planalto. Se estivesse à frente da Defesa, o general teria que lidar com demandas das Forças Armadas, ficando limitado na possibilidade de acompanhar mais de perto o futuro presidente. “É isso que ele quer”, disse, ao informar jornalistas da sua decisão, em referência a Bolsonaro.
O GSI foi recriado em maio de 2016 pelo presidente Michel Temer (MDB) após um curto período desativado, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Suas principais funções são zelar pela segurança pessoal do presidente da República e pelo setor de inteligência. Atualmente, a pasta é dirigida também por um general, Sérgio Etchegoyen.
Com isso, então, a Defesa, pasta que reúne os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, volta a ficar em aberto. Nesta terça, Bolsonaro afirmou que, caso Augusto Heleno passasse a estar reservado pelo GSI, gostaria de ter outro oficial de quatro estrelas, o maior status militar em tempos de paz, à frente do Ministério.
As principais possibilidades são uma nomeação de uma das outras forças, que não o Exército, para contrabalançar as indicações de generais, ou até a manutenção do atual ministro, o general da reserva Joaquim da Silva e Luna, que preenche o pré-requisito estabelecido pelo presidente eleito. Até Luna assumir a pasta, em fevereiro deste ano, o Ministério da Defesa nunca tinha tido um ministro militar.
Além de Heleno no GSI, estão confirmados outros quatro integrantes da Esplanada: o deputado federal reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que será ministro-chefe da Casa Civil; o economista Paulo Guedes, que assumirá a Economia (pasta resultante da fusão entre Fazenda, Planejamento e Indústria); o juiz federal Sergio Moro, como ministro da Justiça e Segurança Pública; e o astronauta Marcos Pontes, dirigindo a pasta da Ciência e Tecnologia.