Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

A tática das cidades da Copa contra black blocs

Estados se preparam para tentar combater a ação de vândalos mascarados em protestos durante a Copa do Mundo. Mas falta organização e apoio do governo

Por Felipe Frazão 1 mar 2014, 16h56
  • Seguir materia Seguindo materia
  • No último fim de semana, a Polícia Militar de São Paulo testou uma nova tática para coibir a ação de vândalos mascarados que depredam a cidade quando manifestações degeneram em vandalismo: policiais praticantes de artes marciais assumiram a linha de frente da ação – sem armas de fogo. No aspecto tático, a operação foi bem-sucedida – o saldo de destruição se resumiu a duas agências bancárias – e não houve quebra-quebra generalizado, apesar de falhas de comunicação da PM, que acabaram detendo, entre os mais de 260 manifestantes, jornalistas que acompanhavam a passeata contra a realização da Copa do Mundo. No Rio de Janeiro, palco dos mais violentos confrontos – que incluem a trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido na cabeça por um rojão disparado por um mascarado -, a PM apresentou nesta semana seu protótipo de armadura, apelidado de Robocop. O equipamento de proteção será usado pela tropa de elite para conter black blocs.

    Publicidade

    Em Brasília, o governo federal, que até hoje tratou de forma tíbia a ação dos vândalos, tentou criar um protocolo padrão de ação das polícias. A articulação ficou a cargo da Secretaria Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça. O Conselho de Comandantes das PMs entregou um documento para orientar, com diretrizes gerais, a atuação das Tropas de Choque. Na prática, porém, o patrulhamento deve se manter bastante singular em cada cidade-sede do torneio.

    Publicidade

    As peculiaridades regionais dos protestos não permitem que um padrão de atuação obrigatório seja adotado por todas as PMs do país, avalia o coronel Silanus Serenito de Oliveira Mello, subcomandante-geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. “Cada polícia tem a sua característica, não tem como impor uma regra geral. Pelo pacto federativo, cada Estado treina o policial e atua da forma como entender melhor dentro da filosofia da política de segurança de seu governo. Padronizar é impossível”, diz Mello, que coordenou o grupo de comandantes.

    Continua após a publicidade

    Leia também:

    Publicidade

    Dilma não descarta ação das Forças Armadas contra protestos na Copa

    Rio: Polícia usará óculos com câmera para filmar protestos

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    ​SP: Polícia vai indiciar 40 black blocs por formação de quadrilha armada

    A quatro meses do início da Copa do Mundo, quando os holofotes do mundo inteiro estarão direcionados para o Brasil, o governo dá sinais de que ainda busca um modo de evitar danos mais sérios, que podem provocar embaraço internacional para o país. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, leva adiante um projeto de lei da Presidência que limita ações de manifestantes e coíbe mascarados. No dia 11 de março, terá início em Porto Alegre a primeira edição do curso de multiplicadores para oficiais das PMs – com base no guia produzido pelos comandantes-gerais. No retorno às cidades-sede, eles serão os responsáveis por orientar as tropas e definir que meios comuns serão empregados pelos policiais sob seu comando.

    Publicidade

    Por enquanto, cada PM tem buscado desenvolver um método próprio de intervenção nas manifestações – por vezes adaptado de técnicas internacionais, como o confinamento de manifestantes conhecido como kettling na Europa. O cerco também foi usado no sábado pela primeira vez em São Paulo. O site de VEJA ouviu comandantes e representantes das PMs dos Estados que abrigarão jogos do mundial para mapear como cada força atuará para controlar manifestações de rua durante a Copa. A reportagem não obteve resposta de Brasília (DF), Manaus (AM) e Natal (RN).

    Continua após a publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.