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A nova teoria da conspiração de bolsonaristas contra Barroso

Papelório de apoiadores do presidente coloca suspeição sobre dois ex-funcionários do ministro e que hoje trabalham em bigtechs

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jul 2022, 12h05

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso já teve de responder a toda sorte de insinuações. Em uma das mais emblemáticas, veio a público desmentir uma fake news que afirmava que ele estaria sendo chantageado pelo ex-todo-poderoso petista José Dirceu por ter participado de uma orgia em Cuba. Com a proximidade das eleições presidenciais e o acirramento do discurso de bolsonaristas contra as urnas eletrônicas, no entanto, teorias de conspiração pipocam aos montes na antessala do presidente Jair Bolsonaro — a mais recente dela chegou em forma de dossiê.

No documento, na tentativa de comprovar que o TSE teria um plano deliberado contra o projeto eleitoral do ex-capitão, são citados dois casos de ex-funcionários do ministro que hoje, na iniciativa privada, atuam em bigtechs que fecharam parceria com a Justiça Eleitoral contra a propagação de desinformação nas eleições.

Pela tese bolsonarista, na hipótese mais inocente, haveria um tremendo conflito de interesses, já que um dos personagens atua exatamente na área de Políticas Públicas do WhatsApp, setor que vai receber e investigar denúncias de uso irregular do aplicativo durante as eleições, e outro, sócio do sobrinho do magistrado em uma banca de advocacia, é advogado do Google, empresa que também firmou acordo com o tribunal no combate às fake news.

Na mais apimentada das hipóteses, alegam apoiadores do presidente, Barroso teria alocado pupilos em postos-chave de empresas que comandam as maiores redes sociais do mundo para torpedear o presidente em um terreno em que nadou de braçada e que, em 2018, foi crucial para sua eleição ao Palácio do Planalto.

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O dossiê contra o ministro integra um conjunto de estratégias que Bolsonaro e sua tropa tem reunido para colocar em xeque a credibilidade das eleições. A edição de VEJA desta semana mostra que militares pretendem “exigir” que o TSE responda a uma série de questionamentos deles sobre as urnas eletrônicas, sob pena de as Forças Armadas fazerem sua própria auditoria do resultado das eleições e abrirem caminho, por exemplo, para não reconhecer qualquer resultado que não implique a vitória do atual presidente.

A VEJA, Barroso disse que esta não é “a primeira vez e não deve ser a última” teoria conspiratória que envolve seu nome. “Algumas pessoas não sabem o que é honestidade e não têm medo do ridículo. A parceria do TSE foi feita com todas as plataformas de mídias sociais e diversas outras entidades, além de partidos políticos. Trata-se de um memorando de entendimentos para que todos atuem dentro de suas respectivas competências em prol de um ambiente eleitoral saudável. O fato de pessoas que trabalharam comigo, posteriormente, irem trabalhar para empresas de mídias sociais não traz nenhum conflito de interesses. Algumas, inclusive, foram trabalhar para o governo ou empresas estatais”, disse. O ministro lembrou, por exemplo, que o ex-colega de TSE Tarcísio Vieira de Carvalho, atual advogado eleitoral de Bolsonaro, também trabalhou com ele no tribunal, o que não significa, por óbvio, nenhum tipo de atitude suspeita.

“Na vida é preciso ter algum grau de coerência. Em outros momentos, já reviraram minha vida para tentar encontrar algum tipo de irregularidade. Podem continuar tentando, mas não vão encontrar. Eu vivo para um país melhor e maior, coisa que gente que mente compulsivamente e inventa bobagens o tempo todo não tem a menor ideia do que seja”, declarou Barroso.

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